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Os Lusíadas
(Luís de Camões)

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O renascimento literário atingiu seu ápice em Portugal, durante o período conhecido como Classicismo, entre 1527 e 1580. Luís de Camões viveu exatamente durante este período e aperfeiçoou, na Língua Portuguesa, novas técnicas poéticas de inspiração humanista e clássica, criando poemas líricos que se rivalizam com os de Petrarca. O poema épico Os Lusíadas é considerado sua obra-prima . Imitando Homero e Virgílio, Camões transpôs para a poesia em verso toda a história e as grandes conquistas do povo português, tendo como tema central, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama em 1497/99.Para cantar a história do povo português, em Os Lusíadas, Camões foi buscar na antigüidade clássica a forma adequada: o poema épico, gênero poético narrativo e grandiloqüente, desenvolvido pelos poetas da antigüidade para cantar a história de todo um povo. A Ilíada e a Odisséia, atribuídas a Homero (Século VIII a. C), através da narração de episódios da Guerra de Tróia, contam as lendas e a história heróica do povo grego. Já a Eneida, de Virgílio (71 a 19 a.C.), através das aventuras do herói Enéas, apresenta a história da fundação de Roma e as origens do povo romano. Em Os Lusíadas, no entanto, os deuses greco-romanos funcionam como "causa segunda", que cumprem, por meio de fenômenos naturais, as determinações de um destino superior, regido pelo Deus cristão. O emprego de elementos mitológicos serve para dar uma atmosfera de "sonho", minimizando a exagerada exaltação dos feitos portugueses. DIVISÃO DA OBRA O poema se organiza tradicionalmente em cinco partes.Proposição (Canto I, Estrofes 1 a 3) Apresentação da matéria a ser cantada: os feitos dos navegadores portugueses, em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a história do povo português. Invocação (Canto I, Estrofes 4 e 5) O poeta invoca o auxílio das musas do rio Tejo, as Tágides, que irão inspirá-lo na composição da obra. Dedicatória (Canto I, Estrofes 6 a 18) O poema é dedicado ao rei Dom Sebastião, visto como a esperança de propagação da fé católica e continuação das grandes conquistas portuguesas por todo o mundo.Narração (Canto I, Estrofe 19 a Canto X, Estrofe 144) A matéria do poema em si. A viagem de Vasco da Gama e as glórias da história heróica portuguesa.5. Epílogo (Canto X, Estrofes 145 a 156) Grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua "voz rouca" não ser ouvida com mais atenção. O poema se estrutura através de uma narrativa principal, que apresenta a viagem da armada de Vasco da Gama. A esse fio narrativo condutor é incorporado inicialmente a narração feita por Vasco da Gama ao rei de Melinde, em que conta a história de Portugal até a sua própria viagem. Na voz do Gama, ouvem-se os feitos dos heróis portugueses anteriores a ele, como Dom Nuno Álvares Pereira, o caso de amor trágico de Inês de Castro, o relato de sua própria partida, com o irado e premonitório discurso do Velho do Restelo e o episódio do Gigante Adamastor, representação mítica do Cabo da Boa Esperança. Em seguida são acrescentadas as narrativas feitas aos seus companheiros pelo marinheiro Veloso, que relata o episódio dos Doze da Inglaterra. Por fim, já na Índia, Paulo da Gama, irmão de Vasco, conta ainda outros feitos heróicos portugueses ao Catual de Calicute. A estrutura narrativa do poema é composta, portanto, por três narrativas remetendo à história de Portugal, interligadas pela narração da viagem de Vasco da Gama. O poema apresenta um ecletismo religioso bastante curioso. Mescla a mitologia greco-romana a um catolicismo fervoroso. Protegidos pelos deuses, os portugueses procuram impor aos infiéis mouros sua fé cristã. O português é visto por Camões como representante de toda a cultura ocidental, batendo-se contra o inimigo oriental, o árabe não-cristão. Todo esse fervor religioso não impede a utilização pelo poeta do erotismo de cunho pagão, como no episódio da Ilha dos Amores e seus defensores lusitanos são protegidos, ao longo de todo o poema, por uma deusa pagã, Vênus. É curioso notar que a imagem clássica do deus romano Baco (o Dionísio dos gregos), amigo do vinho e do desregramento, inimigo maior dos portugueses, é a de um ser de chifres e rabo. A mesma que foi utilizada pela igreja católica para representar o demônio. Os Lusíadas alcançou o status de poema nacional português, entretanto, Camões morreu na miséria em 1580, deixando uma vasta obra lírica, publicada somente após sua morte.Camões consolidou em sua própria história a história de Portugal. Suas últimas palavras foram: "Enfim, acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha pátria, que não me contentei em morrer nela, mas com ela". O Rei D.Sebastião morreu dois anos antes e Portugal passou ao domínio da Espanha. O poeta não suportou tanta tristeza.



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