BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


São Bernardo
(Graciliano Ramos)

Publicidade
São Bernardo é uma narrativa composta por 36 capítulos que combina com a objetividade e a concisão do enredo com a subjetividade e a emoção reveladas nos monólogos interiores do narrador-personagem que se mantém seco e sem verbalismo.Paulo Honório, o personagem principal desta narrativa, um jovem abandonado pelos pais e que viveu como trabalhador braçal até os dezoito anos, quando então decidiu tornar-se dono da fazenda na qual trabalhara duramente com enxada, propõe-se agora a contar sua dura vida em retrospectiva, de guia de cego a proprietário da Fazenda São Bernardo. Ele sente uma estranha necessidade de escrever, numa tentativa de compreender, através das palavras, não só os fatos de sua vida como também a esposa, suas atitudes e seu modo de ver o mundo. Nessa narrativa a linguagem é seca e reduzida ao essencial. Paulo Honório narra a difícil infância, da qual pouca coisa lembra-se com exceção do cego de quem ele foi guia e da preta velha que o acolheu. Conta também que chegou a ser preso por esfaquear João Fagundes por causa de uma antiga amante. Possuidor de fino tato para negócios, Paulo Honório, viveu de pequenos biscates pelo sertão até se aproveitar das fraquezas de Luís Padilha, um jogador compulsivo. Comprou-lhe a fazenda São Bernardo onde trabalhara anos antes por um preço irrisório.Com muita violência e determinação, Paulo Honório reconstrói a propriedade, usando todo tipo de recurso: assassinato, invasões, empréstimos a bancos e ganhos ilícitos de causas no fórum, garantidos por João Nogueira, um advogado que o protege.Além desse advogado e do capanga, o Casimiro Lopes, Paulo Honório conta com o jornalista Gondim, o Padre Silvestre e os políticos da terra todos esses manejados de acordo com seus interesses. Astucioso, desonesto, habituado em amedrontar ou em corromper para conseguir o que deseja, vê tudo e todos como objetos, cujo único valor é o lucro que deles possa obter.Assim, Paulo Honório trava um embate com o vizinho Mendonça, antigo inimigo dos Padilhas, por demarcação das terras. Mendonça estava avançando suas terras em cima de São Bernardo. Logo depois, Mendonça é morto enquanto Honório está na cidade conversando com Padre Silveira sobre a construção de uma capela na sua fazenda. São Bernardo vive um período de progresso. Diversificam-se as criações, invade terras vizinhas, constrói açude e a capela. Ergue uma escola em vista de obter favores do Governador e chama Padilha para ser o professor. Estando a fazendo prosperando, Paulo Honório procura uma esposa a fim de garantir um herdeiro. Procura uma mulher da mesma forma que trata as outras pessoas, procura apenas um objeto. Paulo Honório idealiza uma mulher morena e que esteja próximo aos trinta anos. A mais perto da sua vontade é Marcela, filha do juiz da cidade. Não obstante conhece uma moça loura, da qual já ouvira comentários. Essa moça é Madalena, professora da escola normal. Paulo Honoráio decide por casar-se com esta. Mostra-lhe as vantagens desse casamento, tratado como se fosse um negócio, e ela aceita. Algum tempo depois de casados, começam os desentendimentos. Paulo Honório, no início, acredita que ela com o tempo se acostumaria a sua vida. Madalena, mulher humanitária e de opinião própria, não concorda com o modo como o marido trata os empregados, pois vivia explorando os pobres coitados. Ela torna-se a única pessoa que Paulo Honório não consegue transformar em objeto. Dotada de leve ideal socialista, Madalena representa um entrave na dominação de Paulo Honório. O fazendeiro, sentindo que a mulher foge de suas mãos, passa a ter muito ciúme dela, encerrando-a num círculo de repressões, ofensas e humilhações. O casal tem um filho, porém a situação não se altera. Paulo Honório não sente nada pelo filho e irrita-se com seus choros. Em desespero, Madalena acaba se suicidando, devido a vida angustiada que levava e ao ciúme exagerado de Paulo Honório, que sente um imenso vazio depois da morte da esposa. A imagem da esposa, agora morta o persegue. As lembranças persistem em seus pensamentos. Aos poucos os empregados abandonam São Bernardo. Os amigos já não freqüentam mais a casa e a Revolução de 30 dificulta-lhe os negócios e leva a fazenda à ruína. Agora sozinho, Paulo Honório vê tudo destruído e, vivendo na solidão, procura escrever a história da sua vida. Considera-se aleijado, por ter destruído a vida de todos ao seu redor. Reflete a influência do meio quando afirma: "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste."



Resumos Relacionados


- São Bernardo

- São Bernardo

- São Bernardo

- São Bernardo

- São Bernardo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia