Tieta do Agreste. Dizer que Tieta é cabrita que salta, corre livre e indomada é pouco desta que encarnou não apenas as virtudes dos pequenos filhotes nem selvagens, nem mansos da natureza. Tieta do Agreste se descobre viva e vive descobrindo a falsa moralidade de costumes regionais arraigados. Falsa porque dupla. De barões do poder que se apresentam puritanos a suas famílias e à sociedade e lascivos e impudicos entre as paredes do lupanar. Com o gosto da ácida crônica de costumes, mas com a ferina agudeza da crítica social, Jorge Amado não deixa dono de cacau sem análise severa. É aguda a mirada dele sobre o tecido social e a hipocrisia. É perfeita a recuperação do ambiente regional. Estamos com Tieta, lendo e recriando imagens na mente, em pleno agreste. Estamos com Tieta, exuberante fêmea, às portas do Jardim das Delícias, conduzidos pela prosa deste vigoroso escritor brasileiro, Jorge Amado.
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