Jogo da mentira, cavalgando a desgraça alheia
(JF Neves)
Nestes últimos dias tem-se falado muito dos casos da professora de Aveiro com leucemia e do docente de Braga com cancro na traqueia, que trabalharam nas respectivas escolas praticamente até à data da morte, depois de as juntas médicas a que foram submetidos lhes terem negado os pedidos de aposentação. Sindicatos, políticos e jornalistas preguiçosos têm cavalgado a onda para se atirarem ao Ministério da Educação, apenas porque dá jeito. Mas na verdade trata-se de um duplo erro, ou de um duplo logro. Em primeiro lugar porque os próprios, sindicados da educação e políticos sem escrúpulos (os jornalistas creio mesmo que por serem ignorantes e preguiçosos) bem sabem que a decisão dos pedidos de aposentação dos docentes não é da competência do Ministério da Educação. E depois porque, ao fazê-lo (ao imputarem indevidamente a responsabilidade ao ME), estão a branquear a responsabilidade dos verdadeiros algozes dos aludidos professores. Esta técnica, muito comum na politiquice da moda tem um efeito multiplicador (é ver depois a quantidade de comentários que parte da notícia falsa), o qual, porém, para além do fumo fátuo de ter o tema (truncado) por escassos dias na ribalta, não traz realmente nenhumas vantagens à comunidade e à democracia. Ao invés, deveriam os sindicatos assumir a sua própria responsabilidade pelo apoio que, pelo visto, não deram aos seus associados. E os políticos e jornalistas (estes fazendo o trabalho de investigação que lhes compete) contribuir para a responsabilização efectiva dos verdadeiros monstros. Sic transit gloria mundi
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