Depressão não é tristeza
(José Gerando Carvallho)
Espiritismo e Ciência Depressão não é tristeza? por José Gerando Carvalho Revista SUPER INTERESSANTE (ago/2006) - “OS SUPERPODERES DO CÉREBRO”: “A teoria tradicional diz que a depressão é uma deficiência de serotonina - um neurotransmissor relacionado a funções como o humor, sono e apetite - e, para combate-la, tudo que os antidepressivos fazem é aumentar a quantidade dessa substância no cérebro. Mas 2 questões nessa teoria intrigam os cientistas há algum tempo. A 1ª é que, pouco depois de tomar esses remédios, o cérebro já está cheio de serotonina e, no entanto, nada acontece. A 2ª, é que os efeitos esperados só vão aparecer 1 mês depois. Um mês é exatamente o tempo que o cérebro leva para produzir novos neurônios e fazê-los funcionar. Foi daí que se suspeitou que havia uma relação entre a depressão e a queda na produção de novas células no cérebro. Outros indícios reforçam a hipó-tese: o estresse - um dos principais fatores que desencadeiam a depres-são - também inibe a neurogênese (criação de novos neurônios), como se o cérebro estivesse mais preocupado em sobreviver ao fator estressante que em produzir neurônios para o futuro. Mas a 1ª evidência concreta veio em 2000, quando cientistas americanos mostraram que os principais trata-mentos antidepressivos aumentam a neurogênese em ratos adultos. No ano seguinte, percebeu-se também que bloquear o nascimento de neurônios em ratos tornava ineficazes os antide-pressivos. Agora a esperança é encontrar uma forma de estimular a neurogênese e, com isso, aliviar a depressão. Ao que indicam esses estudos, essa doença pode não ser só um estado de tristeza, mas sim, o efeito da falta de neurônios novos e da conseqüente perda da habilidade de se adaptar a mudanças”. O cérebro ao receber estímulo se desenvolve, adquirindo várias habili-dades, e estas fazem-nos atuar nas diversas situações que a vida apresenta, aprendendo com obser-vação, estudo e experiência. Esses fatores aumentam a produção de neurônios que possibilitam sinapses, que são como pontes de ligação neuronal em nossos raciocínios. Kardec, na introdução d'O Livro dos Espíritos, diz o seguinte: “...mas não dissemos jamais que esta CIÊNCIA era uma coisa fácil nem que se podia aprendê-la brincando, não mais que nenhuma outra ciência. Não será demasiado repetir: ela exige um estudo assíduo e, freqüentemente, longo demais;...”. Também o Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.VI – O Cristo Consolador - O Espírito de Verdade nos recomenda: “Espíritas! AMAI-VOS, eis o primeiro ensina-mento; INSTRUÍ-VOS, eis o segundo". Assim, investíssemos mais na educação integral e não apenas no intelectual do ser, com certeza estaríamos fazendo um trabalho de envolvimento com a causa e não com o efeito. Kardec fundou revistas, sociedades, publicou livros, artigos, ajudando mentes a desenvolver outras mentes no conhecimento das leis que nos regem. O trabalho de divulgação da doutrina está sendo feito por pessoas e instituições e por outros que nem sempre são espíritas, através de filmes e novelas que as vezes recebem em seu bojo conceitos que não são do Espiritismo, mas que ao menos estão abrindo portas para o esclarecimento. Se o indivíduo recebe estímulo, ele desenvolve suas capacidades que muitas vezes ficam adormecidas durante toda vida. Talvez, como Kardec, nosso trabalho seria mais eficazmente realizado na campo da educação, onde no trabalho das ciências e da própria religião, criaria um ambiente onde a depressão, como a matéria afirma, seria mais difícil de se instalar. A matéria diz ainda: “Muitos fatores que incentivam o crescimento de novos neurônios, já são conhecidos, diz o neurologista Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de SP. Um deles é evitar o estresse, que sabidamente bloqueia o crescimento de neurônios. Outro é viver em ambiente rico, com estímulos físicos e mentais variados...” Talvez nós espíritas envolvendo-nos com a sociedade em cargos que podem fazer a difença, pudéssemos atuar na causa, levando a educação e o pensamento espírita, através de todos os meios possíveis; criando escolas de ensino fundamental, secundário e universitário; em programas de rádio e televisão; promovendo eventos literá-rios, artísticos, etc. Mas precisamos urgentemente nos conscientizar que nossa posição momentânea é transi-tória e se temos uma condição razoável que nos permita viver bem é neces-sário fazer nossa parte contribuindo em todos os níveis para que isto ocorra. Emmanuel questionado sobre qual era o grupo que dava mais trabalho quando do desencarne, respondeu categoricamente que eram, em sua maioria, os espíritas, pois tinham o conhecimento e se conservaram à margem do trabalho, ou seja, passaram a vida estudando, tomando e dando passes, ajudando os outros, mas, com materiais que não eram seus, e tinham uma grande reserva em colocar a mão no bolso por uma causa que estaria desestressando uma população inteira, contribuindo para que nossos irmãos pudessem ter acesso e possibilidade de melhor educação. Termino com uma mensagem de Ninas Arueira, do livro Mensagens Esparsas, psicografadas por Chico Xavier: “O livro edificante – e eu acrescento 'e os educadores' – é o templo do Espírito, onde os Grandes Instrutores do Passado se comunicam com os aprendizes do presente, para que se façam mestres do futuro”; pensemos nisso, nosso tempo é muito curto, e é agora.
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