O ridículo é já ali
(JoseFialhoGouveia)
O ridículo é já ali ;Exclusivo, o novo programa das noites de sábado da SIC, onde se mitificam as figuras e os bastidores da estação, é mais uma demonstração do provincianismo que por vezes ataca a televisão portuguesa. Pode até resultar em termos de audiência, mas fazer da autopromoção – que se pode justificar pontualmente – uma prática semanal é abusar do auto-elogio. O ridículo é já ali ao virar da esquina. A emissão de estreia da nova aposta do canal de Carnaxide teve como convidada especial Luciana Abreu, a protagonista de Floribella. Foi demasiado enjoativo. A catraia até tem um ar simpático, mas aproveitar cada deixa para falar dos meninos desamparados, dos deficientes e de todos aqueles que sofrem resulta numa banalização das preocupações sociais. Os apresentadores ajudaram à festa. Não fizeram perguntas. Limitaram-se a lançar deixas para estimular o que de Madre Teresa de Calcutá existe em Luciana. Ricardo Pereira, mesmo assim, esteve melhor do que a mãe de Dinis Maria. Bárbara Guimarães rasga um sorriso a cada palavra que diz e fala de livros e telenovelas exactamente no mesmo tom lamechas e dengoso. Como pior é sempre possível, a segunda emissão foi ainda mais patética. Entrevistar o chefe, Francisco Penim, e fazer uma reportagem sobre a novela – Jura – em que participa um dos apresentadores – Ricardo Pereira - é demasiado esquizofrénico. E qual será a necessidade de filmar o director de programas no ginásio? Fazer com que Moniz e Nuno Santos tremam de medo com a musculatura do adversário?
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