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Medicina e administração hospitalar (cont.)[BR]Dr. Antônio Eduardo Antonietto Junior*A ciência e a política têm suas características e importâncias específicas, que, em determinados momentos de aplicação, têm espaços quase exclusivos. Ainda assim, nada como a dimensão da arte. Porque ela diferencia o profissional. O nível de conhecimento na Medicina é fundamental e insubstituível, assim como na Administração. Mas com a quantidade e, principalmente, com a facilidade de acesso rápido e confiável à informação científica, a arte agrega valor, portanto amplia a qualidade no caminho da excelência. A arte tem um quê de humildade, pois não pode, nunca, atuar só e independente da ciência e da política. Já as outras dimensões podem. Não deveriam, mas podem. Agir ou decidir somente por intuição é um equívoco imperdoável nos dias de hoje. Mas não pode ser desprezada. Canso de observar médicos do mais alto gabarito mudarem a conduta diagnóstica e terapêutica cientificamente adequada para algo diferente e inusitado, e que leva ao sucesso do paciente, pela simples auto-reflexão: “Tem alguma coisa neste caso que não está direito..” Pronto, a arte começa a participar da decisão. Daí a vir um carrilhão de idéias interessantes é um passo.Já com administradores hospitalares vejo menos. Não sei explicar muito bem o porquê, mas acho que a enxurrada de livros de conduta corporativa, em última análise, manuais marqueteiros de filosofia rápida e barata, tem algo que ver com isto. Muitos vêem nestas publicações as soluções para sua empresa. Rápida e fácil como uma receita de bolo. Estes, muitas vezes bons administradores, preferem isto à arte e à ciência, nunca desprezando a política.A medicina se utiliza de algo muito superior que é a ciência baseada em evidência. Ou seja, uma forma científica de colocar na balança as infinitas publicações com resultados de pesquisas clínicas (muitas vezes opostos) realizadas em todo o mundo. Por outro lado, a arte também é experiência profissional arduamente conquistada e experiência pessoal coletivamente vivida que devem se compor com a política e a ciência na administração hospitalar. Pelo menos um pouco mais. Assim seremos mais criativos e teremos melhores condições de responder às necessidades da saúde, dos hospitais e dos cidadãos de nossa cultura.Fonte: Portal HSM On-line
22/05/2007
Antonietto Junior, Dr. Antônio Eduardo
[BR]Gerente de pacientes externos e programas do Hospital Sírio-Libanês[BR][BR]

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