www.hsm.com.brdecorrente de dívidas contraídas por causa de sistema de bingo, tomei, sim, a atitude
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como também uma prática diária –e não apenas semanal como é no Brasil. Conseguir resgatar a obrigatoriedade foi um avanço, mas ainda está muito aquém de uma situação ideal. Atualmente, o problema da educação física brasileira é que ela é bem pouco lúdica e pouco participativa. Achar que fazer um trabalho de informação e desenvolver o intelecto do jovem é a solução é um erro. Ele tem de interagir com a natureza e ter conhecimento de seu corpo, explorar suas capacidades... Não estou falando de formar atletas, mas cidadãos capazes, que exercitem não só a mente, mas também o físico, e o respeito às regras. Isso é fundamental. Só o corpo sem a mente é ruim, só a mente sem o corpo é pior ainda. Você migrou de um único esporte, a vela, que é de elite e campeão, e passou a atuar em vários esportes em seus cargos políticos. Mudaram suas perspectivas com isso? Pergunto porque podemos fazer um paralelo com executivos de um departamento da empresa que ascendem a cargos de liderança mais gerais... Aí é que está: eu sempre fui um apaixonado por esportes, da maneira mais ampla. Pratiquei vários esportes no colégio e na quadra perto de onde eu morava em Brasília. Mais que isso: sempre fui um apaixonado por ler os cadernos esportivos de jornais e revistas, procurando adquirir, como autodidada, uma cultura multiesportiva. Meu pai, como eu disse, também praticou vários esportes e presidiu entidades esportivas. A questão da vela na minha vida surgiu como legado de família e por parte materna. Meus tios foram tricampeões mundiais e passaram para a gente (eu e meus irmãos) esse conhecimento. Mas eu sempre mantive o contato com outros esportes, até porque ter freqüentado seis jogos olímpicos me permitiu grande interação com esportistas de outras áreas, em que criei amizades, relacionamentos. Quando eu tive a oportunidade de ser um gestor público na área de esportes, coloquei em prática um pouco desse conhecimento e o aprimorei muito. Eu passei a entender e a pesquisar muito mais as outras entidades, as outras modalidades, suas características, demandas, dificuldades e objetivos. Acho que o mesmo pode acontecer com os gestores –interessar-se pelo todo da atividade e aprimorar seu conhecimento nesse todo. Só para tocar no tema dos ciúmes, tão comuns no mundo corporativo, você teve ciúmes das medalhas de ouro e prata de seu irmão Torben? Não. O Torben para mim é um ídolo. Eu sempre achei que ele abriu caminhos para minha geração de velejadores. Ele é um pouco mais velho do que eu e, no início, ele era mais determinado, talvez mais talentoso. Eu tenho um orgulho muito grande de aprender a velejar com ele. Na verdade, eu era proeiro dele. Algumas vezes a gente chegou até a competir um contra o outro, aí houve uma rivalidade intensa. Mas, na vela olímpica, quase sempre a gente concorreu em classes diferentes. Então era sempre um torcendo pelo outro, um apoiando o outro. HSM Management 62 maio-junho 2007 Torben é e o maior medalhista da história da vela internacional em número de medalhas e o maior medalhista absoluto da história olímpica brasileira. É motivo de orgulho e estou sempre por perto para apoiá-lo. Em Sydney , eu estive lá como sparring dele, como o barco referência de velocidade. E em Atenas eu estive como coordenador técnico de meu irmão. Também continuo velejando e competindo e até ganhando títulos, mas consciente da minha limitação. Já não posso repetir os meus feitos de antes do acidente. Para finalizar, gostaria que você nos contasse um pouco da experiência de lançar um livro, A Saga de um Campeão, em 2002, e de ter um blog. Você se tornou um comunicador. Isso é essencial para o gestor? Eu acho que, à medida que você é identificado como referência de algo que faz, é preciso encontrar uma forma de comunicar seus valores à sociedade ou a seu público específico. No meu caso, acabei tornando-me referência por causa da vida dedicada ao esporte, das conquistas e derrotas (isso também é uma referência) e da combinação disso com a adversidade que eu sofri. Já a internet é um instrumento eficaz de comunicação e também eficiente para a parte empresarial. E, como eu vivo das minhas palestras, a melhor forma de me comunicar com meus clientes hoje é pelo site; lá todos vêem o que eu faço. Em contrapartida, recebo centenas de e-mails diários, aos quais eu faço questão de responder, a todos, com a ajuda da Renata, minha mulher. Você sempre foi um comunicador? Não, isso eu desenvolvi depois. Eu sempre fui extrovertido, mas a habilidade de comunicação veio com o tempo. A entrevista é de Lílian Féres, gerente de conteúdo da HSM do Brasil.
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