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FRANKENSTEIN
(Carlos Higgie)

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FRANKENSTEIN


FRANKESTEIN

Por Carlos Higgie

Mary Shelley, mulher do poeta Percy B.
Shelley, escreveu Frankenstein para um concurso de histórias de terror,
organizado por Lord Byron. Seu relato foi o vencedor e passou a povoar a
imaginação de muitas gerações, chegando até nossos dias, transformando-se em
peça teatral ou filme, atingindo e comovendo milhões de pessoas em todo o
mundo.

Muitos elementos, típicos do romantismo,
aparecem diluídos ao longo da narração. Deixando de lado aqueles momentos que
constroem a história e centrando nossa atenção em alguns detalhes,
descobriremos que a obra está inserida dentro do romantismo, mais precisamente
na corrente que tem em Lord Byron uma de suas máximas expressões.

O grotesco e o sublime, a alma e o corpo,
nossa parte animal e nossa parte inteligente estão manifestando-se, a todo
instante, dentro da história. Grotesco é o monstro no seu aspecto físico, na
sua aparência, nos seus gestos. Mas ao mesmo tempo é sublime quando faz nascer
música de um instrumento, quando ajuda ao cego, quando acredita que o amor, de
um ser igual a ele, pode redimi-lo, salvar sua existência.

Criador e criatura são faces opostas de
uma mesma moeda. Mas não permanecem fixos, impassíveis, inalterados. Como num
jogo estranho e com regras não muito claras, eles trocam de lado, passando o
grotesco a ser sublime e vice-versa.

Há no Dr. Victor Frankenstein,
individualismo, egocentrismo, obsessão pela morte e como vence-la, dúvida e
desilusão. O seu “eu”, poderoso e livre, transforma-o em um homem capaz de
enfrentar a Natureza, desafiar ao próprio Deus, acreditando que ele pode mudar
a ordem do universo, vencer a morte, recriar a vida.

Como toda obra romântica, a natureza, suas
manifestações ( sol radiante, tempestade, chuva, noite e dia ) acompanha as
peripécias das personagens. Sempre, no momento chave da experiência do Dr.
Frankenstein, raios de pura energia rasgam o céu plúmbeo, vestido de
tempestade. Por um lado ajudam a recriar a vida, por outro, parecem condenar a
experiência, a vaidade, a insolência do homem querendo ser Deus. Mas esse
parece ser o destino dos românticos daquele momento: centrar o esforço no “eu”
liberado, inventando um caminho onde não há nem uma trilha, seguindo o instinto
e embarcando em aventuras de dúbio final.

Quando o romântico descobre que a sua
liberdade, seu empenho, sua obsessão, sua inspiração, levam a um estágio muito
aquém do imaginado, surge o tédio, a nítida sensação de que tudo foi em vão. O
Dr. Frankenstein é assim. Obcecado pela imortalidade, e por isso mesmo lidando
constantemente com a morte, inspirado não se sabe bem por qual musa ou demónio,
ele traça seu caminho, esquece de tudo, até do amor. Embarca num ritmo ansioso,
tenso, de inefável inspiração, desejando chegar logo ao seu destino. A morte,
sua inimiga, contra a qual lutou incansavelmente, chegará como um manto de paz,
de tranquilidade, de repouso total. E isso é muito romântico. Lutar até a
exaustão, entregar o corpo e a alma e depois morrer envolto numa amálgama
confusa de sucesso e fracasso, de dever cumprido e derrota.

Em determinados momentos, e dentro daquela
dualidade própria do ser humano, criador e criatura confundem-se. Uma das cenas
finais do filme mostra os dois seres, faces de uma mesma medalha, unidos pelo
instante supremo e único da morte.

Como diz Victor Hugo no seu famoso
prefácio: “( ... ) que tudo na criação não é humanamente belo, que o feio
existe ao lado do belo, o disforme perto do gracioso, o grotesco no reverso do
sublime, o mal com o bem, a sombra com a luz.” Essa é uma verdade, por mais
romântica que possa parecer.



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