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Responsabilidade social no DNAEdivaldo Del Grande*Em 163 anos de atuação mundial, o sistema cooperativista se consolidou pela ação democrática e pelos excelentes resultados para o desenvolvimento sócio-econômico de dezenas de nações. No Brasil não tem sido diferente.De acordo com pesquisa da FEA/USP-Ribeirão Preto, 30% dos 5.580 municípios brasileiros têm ao menos uma cooperativa instalada e se sobressaem aos demais porque apresentam um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) superior aos que não abrigam esse tipo de empreendimento. No Estado de São Paulo, por exemplo, em uma cidade sem cooperativa a média do IDH é de 0,77; com uma ou mais, o indicador chega a 0,80.Essa diferença é simples de ser explicada: as cooperativas não visam lucro e funcionam como distribuidoras de renda, ou seja, os resultados gerados retornam para seus cooperados e ficam na região. Esse “dinheiro a mais” impacta toda a sociedade –os recursos são aplicados localmente, melhorando a renda, educação, qualidade de vida, saúde– indicadores que formam o IDH. Diretamente, as cooperativas influenciam hoje a vida de mais de cinco milhões de brasileiros, segundo dados da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras).Este ano, a proposta da ACI (Aliança Cooperativa Internacional) é divulgar a responsabilidade social como essência do cooperativismo, remetendo para a natureza das cooperativas, que equilibram fatores econômicos, ambientais e sociais ao mesmo tempo em que atendem as expectativas de seus membros.Exemplos em diversos países não deixam dúvidas de como a responsabilidade social corporativa, arduamente perseguida pelas empresas, faz parte do DNA das cooperativas. A Corporação Cooperativa Mondragón (MMC), primeiro grupo empresarial basco e oitavo da Espanha, gera mais de 42 mil postos de trabalho em 120 empresas associadas. Lá o dinheiro é um instrumento subordinado ao trabalho, necessário para o desenvolvimento empresarial, mas não sua finalidade principal. O funcionário mais bem pago ganha, no máximo, sete vezes o salário mais baixo.O Grupo Desjardins, maior conglomerado financeiro da província de Quebec, no Canadá, atua como um banco popular, permitindo a “bancarização” de milhares de pessoas. Desjardins, no Canadá, maior conglomerado financeiro da província de Quebec, é muito mais que uma instituição bancária. Em 2005, devolveu 58 milhões de dólares canadenses –ou 42,8% do seu superávit– à comunidade na forma de patrocínios, doações e bolsas de estudos. A Equidad Seguros, da Colômbia, oferece seguros acessíveis à população de baixa renda há 36 anos. Páginas 1 | 2

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