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Transição trabalho-aposentadoria: tendências
Lucia França*
Os programas devem ainda prever espaços para a discussão e reflexão dos interesses, possibilidades e investimentos necessários em todos os níveis, de forma a que o pré-aposentado possa construir o planejamento para a segunda metade da vida. O apoio da empresa na figura do facilitador é fundamental nesta fase, bem como a avaliação e o acompanhamento dos aposentados periodicamente.
O maior desafio tanto para as empresas quanto para o governo está exatamente em lidar com a manutenção dos trabalhadores que desejam continuar trabalhando ou se aposentar. A chave para este desafio está na Educação para a Vida Toda, Life Long Learning, processo adotado por países desenvolvidos, que prevê programas de educação tanto para a continuidade quanto para a saída do mercado de trabalho. Neste processo, estão contidos os programas de atualização e desenvolvimento; o insumo de novas metodologias; a inserção digital para trabalhadores mais velhos; a quebra dos preconceitos contra o envelhecimento; a integração entre os trabalhadores mais velhos e mais jovens; e os programas de preparação para a aposentadoria.
Um desafio pertinente à ética é o combate às tendências oportunistas quanto ao aproveitamento dos aposentados, a exemplo do que praticam algumas vezes com estagiários, como mão-de-obra barata. Uma outra polêmica é a desmistificação de que o emprego dos aposentados irá aumentar a taxa de desemprego dos mais jovens. É preciso esclarecer que estas duas gerações aliam a experiência e o frescor de uma nova tecnologia, elementos riquíssimos e complementares a qualquer empresa. A quebra dos preconceitos, o estímulo à solidariedade e o intercâmbio de conhecimentos beneficiarão as duas gerações. A empresa que se dispuser a implantar programas “intergeracionais”, focados no intercâmbio, na solidariedade e na produção coletiva –frente aos projetos prioritários e inovadores– acabará por favorecer a harmonia e o espírito de equipe e, conseqüentemente, trará uma produtividade mais criativa e duradoura.
O governo e as organizações devem ainda chegar a um consenso sobre a criação de um ajuste/estímulos entre os impostos/encargos, que não sejam restritivos e que favoreçam a contratação de aposentados em horário reduzido. Assim, aqueles que estão saudáveis e desejam continuar trabalhando terão condições para serem retidos por mais tempo no mercado.
Finalmente, é fundamental que a empresa ao reformular sua Filosofia, Políticas e Diretrizes frente à nova pirâmide populacional mantenha suas áreas de Recursos Humanos, Benefícios e Seguridade atreladas ao Setor de Comunicação Social, órgão fundamental na divulgação e horizontalização da mudança. Tal medida irá favorecer a assimilação e a adaptação às novas políticas desde a direção da organização ao mais simples empregado.
13/09/2006
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França, Lucia
PhD em Psicologia Social pela Universidade de Auckland, Lúcia França é professora titular do Mestrado em Psicologia da Universidade Salgado de Oliveira, e consultora há mais de 15 anos na transição trabalho-aposentadoria.
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