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GESTÃO DE CARREIRA Transição trabalho-aposentadoria: tendências Lucia França* Com a diminuição da mortalidade e das taxas de natalidade, as pessoas estão vivendo mais tempo, mas isto não quer dizer que tenham melhor qualidade de vida. Por certo, o envelhecimento populacional trouxe uma série de conseqüências e desafios, desde o alto custo das previdências e a manutenção da saúde ao planejamento de vida para aqueles que desejam ou precisam se aposentar ou à necessidade de manter os trabalhadores por mais tempo no mercado do trabalho. A segurança financeira e a continuidade de um plano de saúde são aspectos primordiais para uma aposentadoria tranqüila, cujas responsabilidades devem ser divididas entre governos, organizações e os próprios indivíduos. Entretanto, estes aspectos não são suficientes para a garantia do bem-estar aos futuros aposentados. Hoje, as sociedades no mundo inteiro estão descobrindo que para um envelhecimento positivo é preciso garantir a manutenção da mobilidade, independência e a continuidade na participação social dos aposentados. Este texto aponta alguns dos desafios da transição trabalho-aposentadoria e apresenta algumas alternativas que devem ser discutidas pela sociedade brasileira. O IBGE indicou que no período entre 2002 e 2006 o grupo composto por trabalhadores com mais de 50 anos foi o que mais cresceu no País. Esta mudança de visão está trazendo algumas dúvidas e muitas empresas não se deram conta da importância de se reorganizarem para lidar com este aumento da mão-de-obra mais velha. É preciso convencê-los de que esses trabalhadores podem se manter tão atualizados, motivados e habilidosos, quanto à capacidade e a experiência que muitos já provaram possuir. Se em 1990 ocorreu o boom das aposentadorias incentivadas, hoje os países reconhecem que não devem abrir mão de um recurso humano, especialmente quando houve um longo investimento em sua especialização. Adicionalmente, diversas pesquisas têm argumentado que a falta da rotina do trabalho pode provocar a perda de identidade social e, em casos mais graves, o aparecimento de algumas doenças. Muitos aposentados são mais felizes quando podem desenvolver uma atividade pós-aposentadoria, especialmente se adotarem uma rotina de meio período, equilibrando com maior flexibilidade sua vida pessoal e a vida de trabalho. 1 | 2 | 3

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