Ester
(Mordecai)
Ester é um dos livros históricos das Escrituras Hebraicas (A.T.). Possui 10 capítulos (16 segundo com os adicionais da Septuaginta reunidos no final). Conta a história da rainha Ester. Uma forte evidência da autenticidade do livro é a Festividade de Purim, ou de Sortes, comemorada pelos judeus até o dia de hoje; no seu aniversário, o livro inteiro é lido nas suas sinagogas. Diz-se que uma inscrição cuneiforme, evidentemente de Borsipa, menciona um oficial persa de nome Mardukâ (Mordecai?), que estava em Susa (Susã) no fim do reinado de Dario I ou no começo do reinado de Xerxes I. — Zeitschrift für die alttestamentliche Wissenschaft (Revista de Ciência do Velho Testamento), 1940/41, Vol. 58, pp. 243, 244; 1942/43, Vol. 59, p. 219. O Livro de Ester está de pleno acordo com o restante das Escrituras e complementa os relatos de Esdras e de Neemias por contar o que aconteceu com o exilado povo de Deus na Pérsia.
Breve Esboço da História. A história passa-se no reinado de Assuero, rei da Medo-Pérsia e inicia-se com o afastamento da rainha Vasti por esta ter desobedecido ao rei. Para arranjar outra para o seu lugar, o rei promove uma seleção de jovens virgens do seu império, da qual sai vencedora Ester, cujo nome hebraico era Hadassa (que significa "Murta"). Ester era órfã e, como tal, foi acolhida por um primo seu, Mordecai, que a criou como se fosse sua filha. A conselho de Mordecai, Ester esconde de todos que é judia. Entretanto, Mordecai denuncia um atentado contra a vida do rei (este fato viria mais tarde a revelar-se muito importante para o desenrolar da história assim como para a vida de Mordecai e dos judeus). Naquela época, Hamã, funcionário da corte, vira um homem de confiança de Assuero. Entretanto, ao recusar-se a prestar-lhe as honras que o rei havia decretado que lhe pertenciam, Mordecai ganha o ódio de Hamã que, daí em diante, decide destruir Mordecai e todo o seu povo. É neste contexto que Hamã consulta o Pur para decidir qual seria a melhor data para o extermínio dos judeus. Logo depois, Hamã vai até a presença do rei para convencê-lo do massacre, usando o falso argumento de que os judeus eram um grande povo que não respeitava os decretos do rei. O rei, então, é enganado, e lança o decreto (cujo texto só é encontrado na versão grega) para o extermínio dos judeus, que cairia no dia 13 de Adar, o duodécimo e último mês do calendário hebraico. É a partir daqui que se cria uma grande tensão. Ester e Mordecai então começam a ficar desesperados, e fazem duas belíssimas orações a Deus, implorando pela vida do povo santo exilado (estas orações só se encontram na versão grega). Então, a rainha Ester, atendendo ao pedido de Mordecai, inicia a sua intervenção junto do rei onde pede pela sua vida e pela do seu povo, denunciando Hamã como o terrível inimigo. Num ato de desespero e durante a breve ausência de Assuero que se retirara por instantes, Hamã pede perdão a Ester e cai sobre ela no divã onde se esta se encontrava. Assuero, que entra nesse momento, imaginando que se tratava de uma tentativa de assédio, manda enforcar Hamã na forca que este preparara para Mordecai. Um dado importante: as leis decretadas e seladas com o selo do rei não podiam ser revogadas. Por isso, Assuero dá a Mordecai e Ester liberdade para decretarem e selarem com o seu selo e em seu nome, uma lei que se possa opôr à primeira. Assim, é editada uma lei que indicava que todos os judeus do império deviam-se juntar no dia 13 de Adar (o mesmo dia em que estava decretado o extermínio dos judeus), e assim matar todos os que intentassem contra as suas vidas e as suas posses. A pedido de Ester, foi concedido mais um dia para que os judeus perseguissem e matassem os seus inimigos. Assim, nos dias 13 e 14 do mês de Adar, foram mortos, só em Susa, 800 homens e enforcados os dez filhos de Hamã. Nas restantes províncias, o número de mortos chegou aos 75.000. No dia seguinte, este acontecimento foi celebrado com banquetes.
Objetivo do livro. O objetivo central do Livro de Ester é justificar a observância da festa do Purim. Isto era muito importante já que se trata de uma festividade que não fazia parte das ordenanças mosaicas. Conta a história de como, pela Providência, o povo foi salvo dos intentos destrutivos dos seus inimigos. O Purim é uma festa anual judaica e o seu nome deriva de Pur. O Pur era uma forma de lançamento de sortes, consultada pelas pessoas da época quando tinham de tomar decisões sobre algo. O plural de Pur é Purim. A festa enquadra-se dentro do conjunto de práticas judaicas de jejum e lamentação. É celebrada nos 14º e 15º dias do mês de Adar (geralmente em Março).
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