Lágrimas no Olimpo
(Geraldo Furtado.)
Dificilmente consegue-se encontrar um romance com o cunho de "Lágrimas no Olimpo", é um autêntico conto de fadas do nosso tempo. Geraldo Furtado colocou na história todos os ingredientes que fazem deste romance um verdadeiro sucesso. A saga da fabulosa família Fontana Aspen é relatada de maneira natural, porém detalhada. Todo o esplendor de suas faraônicas propriedades palacianas e paradisíacas espalhadas pelos quatro cantos do mundo. O extremo luxo em que viviam, o glamour de suas vidas elegantes. Os Fontana não eram apenas ricos, eram finos, educados de maneira esmerada, em meio à mais pura arte, em todas as suas vertentes. As inesquecíveis festas a bordo do transatlântico Minerva, a luxuosa embarcação de 1500 camarotes, presente de Manuel Fontana, à sua filha Minerva, em seus quinze anos. Os exóticos e apaixonantes roteiros de suas viagens pelos destinos mais encantadores do planeta. Mas, em meio a toda esta glória, e não obstante à sua privilegiadíssima condição de vida, os Fontana, como todos os outros mortais, não estiveram livres de grandes e terríveis tragédias que abalaram sua história. Viveram dramas familiares, como vive qualquer outra família comum. Giovana, a filha mais velha de Minerva, vivia depressiva e infeliz, levava uma vida vazia e fútil, acaba por ser mãe solteira. Amarildo, o caçula, ainda criança é vítima de uma tragédia que o marcara pelo resto da vida. O trauma vivido por Tereza, no dia do seu casamento. O problema das drogas que vivia Júlio César, e principalmente pela mais inquientante situação que tiveram que enfrentar, a homossexualidade de Apolo. Ele, que se tornara aos dezoito anos o presidente da maior holding empresarial do planeta, um homem bonito, elegante, campeão olímpico nos jogos de Los Angeles, na esgrima. Cobiçado pelas mulheres como o melhor partido do mundo, mas que acaba vivendo um romance insólito com um de seus mais subalternos funcionários. Esta relação acontece de maneira sutil, extremamente romântica e suave dentro da história, mas trouxe muito sofrimento a ele e a toda sua família. Os rapazes tiveram seu primeiro momento de amor em uma idílica tarde no mirante de Ilha Verde, embalados pelo mais estonteante arrebol, daqueles que só havia lá. Este paraíso ecológico era a jóia maior da coroa dos Fontana, uma ilha particular cravada no oceano Índico, na costa de Madagascar. Através de uma narrativa minuciosa, Geraldo nos faz conceber concretamente a imagem de cada um dos membros da família e dos demais personagens. A estonteante beleza de Tereza, irmã mais nova de Apolo, a divinal elegância de Minerva Fontana, a virilidade de Fábio e Apolo, a singeleza de matriarca Carmesita, a forte personalidade de Mina, grande amiga e mulher de confiança de Apolo, que indiferente a todo o preconceito que sofre uma mulher negra, torna-se diretora da poderosa holding. A história prende e encanta, não há monotonia, os fatos se sucedem intermitentemente, de forma coerente e lógica, a relação temporal é bem colocada e o texto é repleto de informações preciosas sobre arquitetura, música e pintura clássica, dados técnicos sobre motores de automóveis, turismo, geografia e muito mais. Os Fontana viviam a vida como deuses, em meio a grandes festas, badalações onde pipocavam personagens do jet-set internacional e até jovens integrantes de várias realezas ocidentais. O final é muito forte, surpreendente, desperta as mais diversas reações nos leitores, alguns vão às lágrimas, outros ficam amargurados, mas, seguramente todos são tocados e sentem-se recompensados por tão apaixonante leitura. Isso também lhe ocorrerá, eu duvido que um leitor não se identifique com um dos personagens da história, entre na fantasia e viva esta emocionante e espetacular aventura.
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