AMEAÇA DE GUERRA NO PAQUISTÃO
(AP; José Goulão)
Nawaz Shariff, antigo primeiro ministro do Paquistão, regressou ontem por breve espaço de tempo ao seu país mas acabou por embarcar de novo para a Arábia Saudita por imposição do regime do presidente Musharraf.
A situação em torno do antigo primeiro ministro pode agravar a instabilidade no Paquistão, onde cresce a impopularidade do presidente Musharraf, cujo regime é aliado dos Estados Unidos, designadamente na guerra do Afeganistão.
Nawaz Sharif desempenhava o cargo de primeiro ministro, para o qual fora eleito em sufrágio universal, quando foi demitido em 1999 por um golpe de Estado promovido pelo chefe das forças armadas, general Pervez Musharraf. Este assumiu o poder à frente de um regime ditatorial.
Sharif é dirigente do Jamaat Islami, principal movimento fundamentalista islâmico e nacionalista do Paquistão. A sua primeira deportação decorreu do próprio golpe de Estado de 1999; a actual é justificada pelo regime por um alegado envolvimento do dirigente islamita em actos de corrupção económica.Meios políticos paquistaneses citados pelas agências noticiosas consideram que o motivo da deportação não justifica plenamente este acto uma vez que o presidente Musharraf tem vindo a negociar a prorrogação do seu regime com a dirigente Benazzir Bhutto, antiga primeira ministra e também ela acusada de envolvimento em alegada corrupção económica. Bhutto dirige o Partido Popular do Paquistão, organização rival do partido de Shariff.
A deportação de Shariff pode provocar um agravamento da instanilidade no Paquistão, país que tem mostrado grande vulnerabilidade aos efeitos da guerra no vizinho Afeganistão. Fontes paquistanesas consideram que medidas como a adoptada pelo regime em relação a Shariff podem criar uma situação de guerra civil no Paquistão, capaz de tornar ainda mais dramático o problema geral da Ásia Central.
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