Nossa educação modifica a forma como percebemos o mundo?
(João Paulo Prates)
Concordo plenamente que ao estudar qualquer disciplina acadêmica em particular alteramos a forma como percebemos o mundo. Como intelectuais novatos tendemos a polarizar tudo o que vemos como certo ou errado, ou ainda como bom e mau. Nós ainda tendemos a interpretar o que vemos através de nossa emoções. Uma vez educados, adquirimos a capacidade de ver atráves de um espectro mais amplo de opiniões e perspectivas e a ver nossa própria cultura e até nós mesmos como um produto reflexo de nossa história. Através de um busca determinada de conhecimento, particularmente na história e na literatura, conhecemos as falhas e defeitos de outros seres humanos cujas vidas estudamos e pesquisamos. A história nos ensina, por exemplo, que sociedades demagogas sempre acabam por cair sob o peso de seus próprios preconceitos, invejas e outras falhas de caráter. Ainda, como qualquer estudante aprofundado de Shakespeare acaba lendo Rei Lear ou Hamlet altamente preparado para a tragédia e a derrrota, bem como para a arbitrariedade das quais distinguimos nossos heróis de nossos vilões. Através da educação nós começamos a enxergar falhas não somente nas pesoas, mas também em ideologias que anteriormente abraçamos por pura fé. Um estudante de ciências e políticas públicas aprende que muita das chamadas "soluções" que nossos legisladores e juristas trazem de cima de seus pedestais são atualmente apenas meios remediáveis para atacar adversários e conquistar o eleitorado. Um estudante de Filosofia aprende a reconhecer falácias lógicas das ideologias populares, bem como a retórica de nossos partido políticos. Por outro lado, um estudante de Direito aprende que nosso sistema de leis não é um bloco imutável de verdades e princípios, mas sim uma eterna mutação, reflexo das modificações da moral, dos valores e das atitudes que acontecem na sociedade. Enquanto a educação nos ajuda a enxergar a natureza falha de nossas antigas ideologias partenalistas, paradoxalmente nos ajuda a visualizar ideais que antes rejeitamos prontamente através de um diferente ponto de vista, como se isso trouxesse algum mérito ao final. Através da educação em políticas públicas e leis, eventuais regras opressivas, regulamentos e restrições podem passar a aparentar razoáveis cerceamentos de liberdade no intuito de legitimar interesses competitivos. Através do estudo objetivo de diferentes instituições religiosas, costumes, crenças, um estudante aprende a ver o mérito de sistemas de credos diferentes e a compreender as tradições culturais e filosóficas enraizadas em cada uma. Educação também nos ajuda a compreender nossa própria cultura com outros olhos. Enquanto ignorantes culturais participamos incontestavelmente de nossos costumes, rituais e cerimonias de nossa própria cultura, porquanto as compreendemos sagradas de alguma forma. Um estudante de sociologia ou antropologia cultural acaba por compreender os mesmos costumes, rituais e cerimônias como ferramentas para atender nossa necessidade psicológica em pertencer a um grupo social distinto e para reforçar a sensação de pertencer a tal grupo honrando suas tradições. Também, ao ler obras literárias de eras passadas, um estudante de literatura acaba por compreender sua própria cultura como uma pontencial e preciosa fonte de criatividade para a mente literária. Por exemplo, ao estudar a obra de Twain, o estudante aprende que o autor visualizou a vida no Mississipi do século XIX não como uma existência mundana e sim como um fragmento essencial para uma história de aventura e que, de forma semelhante, podemos transformar a forma como vemos nossa própria cultura. Finalmente, educação nas artes altera para empre a forma como percebemos o mundo estético a nossa volta. Priorizando a educação respondemos instintivamente, emocionalmente e visceralmente às formas, cores e sons da arte. Ao prover educação colhemos intelectualidade. Procuramos apreciar o que a arte possa revelar acerca da cultura e sobre a humanidade. Também procuramos entender os princípios estéticos sobre os quais a verdadeira arte se baseia. Como exemplo, um aprofundado estudante de arte aprende não só a enxergar os pigmentos e formas, mas também as influências históricas e os princípios estéticos. Um especialista em música popular não escuta somente os mesmos agradáveis sons e ritmos pulsantes assim como os simples compassos, mas a métrica rítimica, harmonia, estrutura e a forma de composição usada pelos grandes compositores clássicos de séculos atrás, os quais proveram a base da música moderna. Em síntese, através da educação, não mais enxergamos nossos heróis, líderes e ídolos através dos mesmos olhos crédulos, nem vemos outros humanos e seus ideais de forma cética e radical do nosso ponto de vista. Em uma análise final, através da educação perceberemos não só o mundo de forma diferente como também o entendremos de forma subjetiva e consequentemente mutável, naturalmente por nossas percepções.Concordo plenamente que ao estudar qualquer disciplina acadêmica em particular alteramos a forma como percebemos o mundo. Como intelectuais novatos tendemos a polarizar tudo o que vemos como certo ou errado, ou ainda como bom e mau. Nós ainda tendemos a interpretar o que vemos através de nossa emoções. Uma vez educados, adquirimos a capacidade de ver atráves de um espectro mais amplo de opiniões e perspectivas e a ver nossa própria cultura e até nós mesmos como um produto reflexo de nossa história. Através de um busca determinada de conhecimento, particularmente na história e na literatura, conhecemos as falhas e defeitos de outros seres humanos cujas vidas estudamos e pesquisamos. A história nos ensina, por exemplo, que sociedades demagogas sempre acabam por cair sob o peso de seus próprios preconceitos, invejas e outras falhas de caráter. Ainda, como qualquer estudante aprofundado de Shakespeare acaba lendo Rei Lear ou Hamlet altamente preparado para a tragédia e a derrrota, bem como para a arbitrariedade das quais distinguimos nossos heróis de nossos vilões. Através da educação nós começamos a enxergar falhas não somente nas pesoas, mas também em ideologias que anteriormente abraçamos por pura fé. Um estudante de ciências e políticas públicas aprende que muita das chamadas "soluções" que nossos legisladores e juristas trazem de cima de seus pedestais são atualmente apenas meios remediáveis para atacar adversários e conquistar o eleitorado. Um estudante de Filosofia aprende a reconhecer falácias lógicas das ideologias populares, bem como a retórica de nossos partido políticos. Por outro lado, um estudante de Direito aprende que nosso sistema de leis não é um bloco imutável de verdades e princípios, mas sim uma eterna mutação, reflexo das modificações da moral, dos valores e das atitudes que acontecem na sociedade. Enquanto a educação nos ajuda a enxergar a natureza falha de nossas antigas ideologias partenalistas, paradoxalmente nos ajuda a visualizar ideais que antes rejeitamos prontamente através de um diferente ponto de vista, como se isso trouxesse algum mérito ao final. Através da educação em políticas públicas e leis, eventuais regras opressivas, regulamentos e restrições podem passar a aparentar razoáveis cerceamentos de liberdade no intuito de legitimar interesses competitivos. Através do estudo objetivo de diferentes instituições religiosas, costumes, crenças, um estudante aprende a ver o mérito de sistemas de credos diferentes e a compreender as tradições culturais e filosóficas enraizadas em cada uma. Educação também nos ajuda a compreender nossa própria cultura com outros olhos. Enquanto ignorantes culturais participamos incontestavelmente de nossos costumes, rituais e cerimonias de nossa própria cultura, porquanto as compreendemos sagradas de alguma forma. Um estudante de sociologia ou antropologia cultural
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