Como o Brasil de Oscar destruiu os Estados Unidos no Pan de Indianápolis
(Odir Cunha)
Tudo estava pronto para a festa. A equipe norte-americana de basquete certamente daria um show na Seleção Brasileira e ganharia a medalha de ouro momentos antes da cerimônia de encerramento dos Jogos Pan-americanos de Indianápolis, disputados de 7 a 23 de agosto de 1987. Com jogadores que depois brilhariam na NBA, como David Robinson, Danny Manen, Willy Anderson, Pervis Allison, Rex Chapman e Keith Smart, o time dos Estados Unidos tinha massacrado quase todos os seus adversários anteriores e estava certo de que repetiria a dose contra o Brasil.
O primeiro tempo, como se esperava, terminou com uma folgada vantagem do time da casa (68 a 54), incentivado por um público de 17 mil pessoas. No intervalo, porém, os brasileiros decidiram que iriam tentar o milagre. “Chutem, chutem que dá”, repetia o entusiasmado assistente José Medalha. Oscar e Marcel seguiram o conselho, enquanto Gérson e Israel lutavam como leões pelos rebotes. A jovem equipe norte-americana se assustou com a garra do adversário. Oscar acertou sete arremessos de três pontos. Ele e Marcel marcaram 55 dos 66 pontos do Brasil no segundo tempo, construindo a vitória inesquecível de 120 a 115.
A derrota em Indianápolis, cidade conhecida como “a capital do basquete”, acabou com uma invencibilidade de 34 partidas oficiais da seleção masculina dos Estados Unidos, que nunca havia sido derrotada em seu país. Oscar Schmidt, cestinha daquele Pan-americano, com 249 pontos, recebeu vários convites para jogar na NBA, mas recusou todos, pois isso o impediria de atuar pela Seleção Brasileira.
O Brasil em Indianápolis. Jogadores: Oscar Daniel Bezerra Schmidt (249 pontos), Marcel Ponikwar de Souza (187), Israel Machado Campello Andrade (78), Gérson Victalino (62), Jorge Guerra, “Guerrinha” (55), Ricardo Cardoso Guimarães, “Cadum” (47), João José Vianna, “Pipoka” (23), André Ernesto Stoffel (11), Maury Ponikwar de Souza (12), Paulo Villas Boas de Almeida (47), Rolando Ferreira Junior (12) e Sílvio Malvezi (6). Técnico: Ary Ventura Vidal. Assistente técnico: José Medalha.Classificação final: 1 - Brasil; 2 - Estados Unidos. 3 - Porto Rico; 4 - México; 5 - Canadá; 6 - Panamá; 7 - Uruguai; 8 - Venezuela; 9 - Argentina; 10 - Ilhas Virgens.
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