BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Recopa, o terceiro título mundial do Santos
(Odir Cunha)

Publicidade
No domingo, mesmo podendo perder por dois gols de diferença, o Santos havia empatado com o São Paulo, no Morumbi (0 a 0) e se tornado o último tricampeão paulista. Horas depois viajara para a Itália e agora, na noite de quarta-feira, 24 de junho de 1969, diante de 44.774 pagantes, entrava em campo no estádio de San Siro, em Milão, para a primeira partida da decisão da 1ª Recopa Intercontinental contra a Internazionale, a Inter de Milão, bicampeã mundial em 1964/65. A Inter deveria ter disputado o título da Recopa Européia com o Real Madrid, a única outra equipe do continente que também já havia sido campeã mundial, em 1960, mas os espanhóis, reconhecidos por evitar confrontos com adversários eventualmente mais poderosos, abdicaram da disputa. Base da Seleção Italiana que decidiria a Copa de 1970 com o Brasil, a Inter tinha uma equipe forte e bem treinada, que adotava o “catenaccio”, tática defensiva que consistia na marcação homem a homem em todo o campo, com um líbero atrás da linha dos beques e saídas rápidas de contra-ataque. Dois dias antes da partida com o Santos o técnico ítalo-suíço Alfredo Foni pediu demissão e foi substituído pelo interino Maino Neri. Neri não contou com quatro titulares – Facchetti, Suárez, Landini e Bertini –, mas mesmo assim escalou um time respeitável, com Ivano Bordon; Tarcisio Burgnich, Cesare Poli; Gianfranco Bedin, Aristide Guarnieri, Giancarlo Cella; os brasileiros Jair da Costa e Sandro Mazzola; Angelo Domenghini, Mario Corso e Giovanni Vastola. O Santos, dirigido por Antoninho, pôde jogar com o mesmo time campeão paulista e da Recopa Sul-americana, e que também era a base da Seleção Brasileira: Santos: Cláudio, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Djalma Dias e Rildo; Clodoaldo e Negreiros; Edu, Toninho, Pelé e Abel. O árbitro foi o espanhol José Mario Ortiz de Mendibil. Sem transmissão de tevê, os torcedores brasileiros tiveram de acompanhar pelo rádio. Logo aos 14 minutos de partida recebemos a preocupante notícia de que o goleiro o goleiro Cláudio, machucado, teria de ser substituído. Mas Laércio Milani, o substituto, era um ótimo goleiro, muito experiente, e deu conta do recado. Foi, como se dizia na época, um primeiro tempo de estudos, em que nenhuma equipe se arriscou demais e o placar terminou em branco. Ramos Delgado relembra: “O estádio estava cheio, mais para ver o Santos do que a decisão da Recopa. Eles tinham uma grande equipe. Faziam marcação individual do meio de campo para trás, mas mantinham três atacantes e por isso formamos uma defesa com quatro homens. A partida foi dura, mas leal. Tocávamos a bola até que aparecesse os espaços. Pelé foi nossa maior figura, como sempre”. Para o jornal “A Tribuna de Santos”, único do Brasil a cobrir a partida, não foi apenas Pelé, mas todo ataque santista, formado também por Edu, Toninho e Abel, que jogou bem, principalmente no segundo tempo, quando o técnico Antoninho, seguindo a tradição santista, colocou o time mais à frente. O resultado veio logo aos 12 minutos,quando Pelé cobrou uma falta com força, o goleiro Bordon não conseguiu segurar e o valente e oportunista Toninho jogou para o fundo das redes. A desvantagem fez o time italiano abandonar sua postura defensiva e isso deu ao Santos a possibilidade de “matar o jogo” em duas oportunidades, ambas defendidas admiravelmente por Bordon. A quatro minutos para o final, depois de os santistas terem pedido a marcação de um pênalti, Burgnich carimbou o travessão de Laércio, no último lance de perigo contra a meta brasileira. Como estava prevista uma segunda partida entre as equipes – no Brasil ou em Genova, ainda seria decidido –, não houve volta olímpica. Dias depois a Inter anunciou que não jogaria a revanche, o que garantiu ao Santos um dos mais ricos e belos troféus de seu Memorial. Como no ano seguinte os clubes europeus resolveram boicotar a competição, que só foi disputada em sua fase sul-americana (vencida pelo Penharol), a Recopa Mundial tornou-se uma competição única, vencida pelo melhor time do mundo de 1968. Foi uma conquista importante, pois a Recopa teve o aval da Conmebol e da Uefa, e o Santos voltava às competições internacionais oficiais depois de ter se recusado a jogar as Taças Libertadores de 1966 e 67 (depois seria proibido pela CBD de jogar a Libertadores de 1969, por ser a base da Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa do México). “Nós dávamos mais importância para o Campeonato Paulista do que para a Libertadores, que era deficitária, pois a renda pertencia ao mandante. Enchíamos os estádios quando jogávamos fora, mas quem iria à Vila Belmiro ver a gente jogar contra um time da Bolívia, Paraguai, Colômbia...?”, pergunta Zito. Com a Recopa Mundial, o Santos completou quatro títulos em 1968: campeão paulista, brasileiro (Taça de Prata), sul-americano (Recopa Sul-americana) e mundial. Com apenas alguns remanescentes do bi-mundial de 1962/63, o Alvinegro da Vila continuava a reinar entre os grandes do futebol.



Resumos Relacionados


- Time Dos Sonhos, A História Completa Do Santos F. C.

- Gilmar, O Maior Goleiro Do Brasil

- Zito, O Maior Líder Do Futebol

- Personagens Da Copa - Rodrigues Neto E Rogério Ceni

- O Estado De Sao Paolo



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia