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Zito, o maior líder do futebol
(Odir Cunha)

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José Ely de Miranda, nascido em Roseira, São Paulo, em 8 de agosto de 1932, mora em Santos.
Zito, um dos maiores líderes do futebol brasileiro, começou a jogar em 1948, no Sport Club Roseiro. Em seguida passou para o São Paulo de Pindamonhangaba; em 1951, aos 19 anos, ingressou no time principal do Taubaté, e no ano seguinte foi contratado pelo Santos, pelo qual fez sua primeira partida dia 30 de junho de 1952, contra o Madureira, na Vila Belmiro, que o Santos venceu por 3 a 1. Veio como uma promessa e em 1953 se firmou como titular de um time que tinha Manga, Hélvio e Feijó; Nenê, Formiga e ele; Nicácio, Antoninho, Álvaro, Carlyle e Tite.
“Quando cheguei havia um intercâmbio com o Fluminense. Veio o Hélvio, um craque. Veio o Tite, também craque. Depois o Orlando Pingo de Ouro, excelente, também de Seleção. Vieram ainda do Flu o Ramiro, o Carlyle. Esse intercâmbio com o Fluminense durou de 1948 a 52 e depois acabou”.
A partir de 1955, com o título estadual, o Santos passou a ser um dos maiores vencedores da história. Pelé foi o toque de ouro que faltava. Mas, sem ele, o Santos teria sido um time comum?
“Não, comum não”, responde Zito. “O Santos foi bicampeão paulista em 1955/56 com um timaço. O Pelé começou a jogar em 1957. Ele entrou em um time pronto, formado, e cresceu com o time. No início ele não era o titular. Quando o Vasconcelos quebrou a perna é que o Pelé teve a oportunidade dele. O Pelé foi tão grande, mas tão grande, que os o time foi se estruturando em torno dele. Ele cresceu muito. Ele foi tão fenomenal que já se passaram mais de 40 anos e não aparece um jogador como ele, nem vai aparecer tão cedo. Ele chutava com os dois pés perfeitamente, driblava para os dois lados, defendia, era excelente no meio-de-campo, excelente cabeceador. Foi o único jogador completo que eu vi e o que mais perto chegou da perfeição”.
Nenhum outro jogador do Santos era tão respeitado e admirado pelos companheiros como Zito. Não só por sua disposição de dar a vida pela vitória e passar essa garra aos companheiros, mas também pela maneira como, fora de campo, intercedia pelos colegas junto à diretoria, conseguindo muitas vezes um reajuste de salário maior do que o jogador estava esperando. A trajetória de Zito no Santos se confunde com a fase áurea do clube: chegou em 1952, participou de toda a formação do time que se tornaria o melhor do mundo e quando parou, em 1968, a equipe vivia seu último período de hegemonia. Mas nada disso tirou do líder a sincera humildade:
“Eu tinha muitos defeitos. Qualidade? Ah, eu queria ganhar todos os jogos, era guerreiro. Pé esquerdo não tinha. Desarmava razoavelmente bem, apoiava muito, cabeceava também, mas quase não ia à área”.
Quase não ia à área, mas quando resolveu ir, simplesmente decidiu uma Copa do Mundo, desempatando o jogo contra a Tchecoslováquia, na Copa do Chile, em 1962. Ele conta:
“Estava um jogo difícil, equilibrado. A jogada começou com um contra-ataque na nossa linha média. Eu toquei para o Zagalo e parti do meio de campo, acompanhando a bola. O Amarildo abriu lá na frente e o Zagalo lançou. Continuei acompanhando a bola, pelo meio, até que o Amarildo deu um corte no cara e cruzou. Eu já estava na linha da bola, tive só o trabalho de cumprimentar”.

Que virada!
O grande exemplo dessa capacidade que Zito tinha de motivar o time aconteceu no dia 16 de junho de 1967, em uma partida contra o TSV 1860 de Munique, com estádio cheio, durante uma excursão de um mês por África e Europa. Adoentado, a menos de dois meses de completar 35 anos, Zito estava no banco. Mesmo com Pelé a equipe dirigida por Antoninho era dominada pelo time alemão e terminou o primeiro tempo perdendo por 4 a 1. No vestiário Zito decidiu que entraria no jogo.
“Estávamos tomando um baile danado. Entrei e viramos o jogo. Na base da garra, do berro, da correria...”. O árbitro Olten Ayres de Abreu, que assistiu a partida, conta, empolgado: “Impressionante. Ele entrou e o jogo mudou. Nunca tinha vistouma virada dessas”.
Para o melhor volante brasileiro de todos os tempos, entre as vitórias mais espetaculares do Santos devem ser incluídas, ainda, os 5 a 0 sobre o Benfica,em Lisboa, na decisão do Mundial de 1962; os 8 a 3 sobre o Racing de Buenos Aires em 1962; os 6 a 4 sobre a Seleção da Tchecoslováquia em 1965; os 7 a 1 sobre o Flamengo, no Maracanã, em 1961, e a dramática vitória sobre o Palmeiras por 7 a 6, em 1958, jogo do qual ele tem fortes lembranças:“Nós viramos vencendo por 5 a 2 e no vestiário eu insuflava o time, dizendo: ‘Nós temos a maior oportunidade de meter dez no Palmeiras hoje. Nós temos que meter é 10!’ Mas eles viraram para 6 a 5. Inacreditável. Viraram para 6 a 5 e o Santos virou para 7 a 6 com dois gols do Pepe no finalzinho. Esse para mim foi o jogo mais emocionante”.



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