Senhora (José de Alencar)
(IVANILDO BARBOSA)
Ivanildo Barbosa, Professor de Literatura e Português, Político, Poeta, Escritor, Excelente Orador, Um dos maiores professores de Literatura de Alagoas, Pelas escolas que passou, pelos pré-vestibulares de Alagoas a sua voz ainda ecoa, começa com esta obra que apresenta traços da vida e obra de José de Alencar – Jornalista, Político, teatrólogo, Poeta, ENSAÍSTA, Cronista, Romancista. O autor apresenta seus romances Indianistas – “O GUARANI – 1857”, “IRACEMA – 1865”, “UBIRAJARA – 1875”, Históricos - “AS MINAS DE PRATA – 1871”, “GUERRA DOS MASCATES – 1873”, “ALFARRÁBIOS – 1873”, Regionalistas - “O GAÚCHO – 1870”, “O SERTANEJO – 1875” e Urbanos ou Sociais - “CINCO MINUTOS – 1856”, “LUCÍOLA – 1862”, “A PATA DA GAZELA – 1870”. Cita suas críticas - “CARTAS SOBRE A CONFEDERAÇÃO DOS TAMIOS – 1856”, suas polêmicas - “CARTAS DE ERASMO – 1865”, suas obras de jornalismo. Ainda sua produção em Crônicas, sua autobiografia, sua produção teatral e poética. Em suas considerações gerais apresenta as características do romance Senhora, faz uma análise “A tessitura desta obra revela o senso crítico de Alencar, desnudando mazelas sociais da época, e da corte. Além destes aspectos, o autor procede à análise psicológica das personagens, antecipando características do Realismo.” Depois, com seu poder de síntese, começando seu resumo sobre a obra, retrata sua publicação em 1875, romance urbano, social, de costumes. Exalta o senso crítico de Alencar com uma personagem desnudada e um narrador em terceira pessoa, onisciente. Apresenta a obra em quatro partes distintas: “O PREÇO” – “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e famosa. Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem como o raio de sol no prisma do diamante”. “QUITAÇÃO” – “Vivia Emília na companhia do sr. Manuel José Correia Lemos, seu irmão mais velho e chefe da família. Tratou este de colher informações acerca do moço. Veio conhecimento de que era filho natural de um fazendeiro abastado, que o mandara estudar e tratava-o à grande. Não o tinha porém reconhecido, o que era de suma importância, pois além de existir a mãe do fazendeiro lá para as bandas de Minas, o sujeito ainda estava robusto e podia bem casar-se e ter filhos legítimos. À vista destas informações entendeu Lemos que não se podia prescindir de certas formalidades, dispensáveis no caso de ser o rapaz herdeiro necessário. O irmão de Emília era apenas remediado, e já custava-lhe bem agüentar com o peso de doze pessoas que tinha às costas, para arriscar-se ainda ao contrapeso de mais esta nova família em projeto. - Por nossa parte, não há dúvida, meu camaradinha. Arranje licença do papai, ou o reconhecimento por escritura pública; o resto fica por minha conta. Era uma recusa formal, porquanto Pedro Camargo jamais se animaria a confessar o seu amor ao pai, que lhe inspirava desde a infância, pela rudeza e severidade da índole, um supersticioso terror”. “POSSE” – “Como o primeiro esboço que surge afinal do cinzel impetuoso do artista, ao fogo da inspiração, sua estátua recebia da admiração da turba os últimos toques. Quando em torno se revolvia o turbilhão, ela conservava sua inalterável serenidade. O colo arfava-lhe mansamente, ao influxo das brandas emoções; o sorriso coalhava-se em enlevos nos lábios entreabertos, por onde escapava-se a respiração calma. Desprendia-se de seus olhos, de toda sua pessoa, uma efusão celeste que era como a sua irradiação. Quando completou-se esta assunção de sua beleza, o baile estava a terminar. Aurélia fez um gesto ao marido, e envolvendo-se na manta de caxemira que ele apresentara-lhe, trançou o braço no seu. No meio das adorações que a perseguiam, retirou-se orgulhosamente reclinada ao peito desse homem tão invejado, que ela arrastava após si comoum troféu”. “RESGATE” – “A moça desprendeu-se dos braços do marido, correu ao toucador, e trouxe um papel lacrado que entregou a Seixas. - O que é isto, Aurélia? - Meu testamento. Ela despedaçou o lavre e deu a ler a Seixas o papel. Era efetivamente um testamento em que ela confessava o imenso amor que tinha ao marido e o instituía seu universal herdeiro. - Eu o escrevi logo depois do nosso casamento; pensei que morresse naquela noite, disse Aurélia com gesto sublime. Seixas contemplava-a com os olhos rasos de lágrimas”. Analisa o casamento sobre o prisma da transação comercial. (casamento de conveniência) “Percebe-se a revolta de Aurélia, personagem que polariza o enredo, face à intuição mercantil de seus pretendentes”. O autor ressalta a presença dos brasileirismos e tupinismos ocorridos na obra. Daí sua firmação que José de Alencar pregou um estilo brasileiro na sua eterna luta pela criação de uma Língua Nacional. Exaltou a natureza brasileira e supervalorizou o índio, idealizando-o conforme os padrões românticos. Descreve com precisão as personagens: Aurélia Camargo, Fernando Seixas, Tio Lemos. Apresenta ainda testes Vestibulares sobre a obra: são trinta questões de múltiplas escolhas, quarenta e quatro questões vestibulares de universidades variadas com questões subjetivas de Verdadeiro ou Falso, todas gabaritadas.
BARBOSA, Ivanildo. Senhora (José de Alencar). 2000. Série: Romances de Vestibular.
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