Chimpanzé - Brincar estimula a inteligência
(Odir Cunha)
Nos ensinaram a associar inteligência com sisudez. Por essa filosofia, as crianças quietinhas, comportadas, concentradas em suas tarefas, são consideradas as mais aptas a conseguirem as melhores posições e se tornarem esses líderes circunspectos, que dentro de seus ternos e gravatas decidem sobre os caminhos e destinos da humanidade. O comedimento, quase a frieza, seria a fórmula para o sucesso e o progresso na sociedade humana, enquanto aos travessos, tagarelas, efusivos, enfim, aos brincalhões, estaria reservado o constrangimento e o fracasso. Não é assim mesmo que ainda nos ensinam? Pois está errado, e a vida animal prova isso.
Os animais mais inteligentes brincam. Os mamíferos representam a maioria das espécies que dedicam parte do seu tempo ao que poderíamos chamar de lazer. O maior exemplo são os chimpanzés – mais parecidos com os homens do que com os gorilas, pois têm 98,4% do DNA humano.
A inteligência depende do grau de conexão entre os neurônios e esta conexão é feita por um estimulante denominado neurotrofinas, que, por sua vez, é gerado sempre que os indivíduos se tocam. Como nas brincadeiras há muitos toques, elas acabam tornando esses animais mais espertos.
Obviamente os chimpanzés, como os humanos, têm seus momentos de apreensão e medo, já que estão sujeitos às mesmas duras leis de sobrevivência das outras espécies, porém nunca deixam de se divertir, quando podem, e este hábito é que os torna fortes e preparados para driblar os perigos e manter sua comunidade unida. (Capítulo do livro "Os bichos ensinam" - reprodução autorizada pelo autor)
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