Folha de Sao Paolo
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Holocausto institucional.
Inocentar a prática abusiva e a falta de ética de seus pares
é a ênfase do comportamento da coalizão corporativista desavergonhada do
governo. Isentar do crime de corrupção mais do que provada e comprovada foge da
lógica de se manter um senado que reafirma a sua inutilidade, tornando-se
irresponsável a ponto de apenas se sujeitar a cumprir, com exemplar obediência,
os caprichos do poder executivo. A imediata dissolução deste atual senado
traria inúmeros benefícios ao país.
É comprovado que seus membros continuarão agindo sob a
proteção de sessões secretas e é certo que todos os processos que serão
julgados terão o mesmo final: absolverão aqueles que praticam irregularidades
morais, éticas, sem qualquer escrúpulo, mantendo a continuidade da truculenta
disposição de continuarem no poder por 20 anos ou mais. Com hipocrisia, o
governo repete o discurso ostensivo da moralidade, promovendo um senado e
câmara desmoralizados, portanto cativos aos seus caprichos.
A ganância
arrecadatória investe no segundo escalão, negociando cargos com os partidos da
base aliada para garantir a aprovação da CPMF. Esse fisiologismo indecente não
deve ser tolerado. A classe política atual é absolutamente inviável, pois
prolifera às custas da miséria e ignorância de grande parcela da sociedade e de
alguns empresários que usufruem da promíscua relação privilegiada com o
governo.
É necessário aprofundar os esforços para conquistar a
democracia, implodindo esse sistema político absurdo de personagens grotescas,
essa comédia obscena do cenário brasileiro.
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