A desobediência civil
(Henry David Thoreau)
“Não é suficiente ser deixado em paz por um governo que pratica a corrupção sistemática e cobra impostos para fazer mal a seu próprio povo!” – dizia este ardoroso defensor da liberdade. Há aqueles que não compactuam com a injustiça, a prepotência, a arrogância ou o roubo.
‘Se uma guerra rebentar entre os homens e os ursos, estarei ao lado dos ursos’, dizia o americano John Muir, irmão de espírito de Thoreau, que, solitário e desiludido com a humanidade, retirou-se para uma cabana nas montanhas, onde viveu seus últimos anos isolado.
Este é um texto atualíssimo, infelizmente, e muito corajoso. Conclama os cidadãos a defenderem entusiasticamente seus direitos. Thoreau foi um ambientalista e um individualista. Defendia a importância da educação para a formação moral e autônoma de indivíduos úteis à sociedade por pensarem por si próprios e serem capazes de se auto-governarem. O governo era visto como um mal, principalmente quando se envolvia em guerras de poder que de nenhuma maneira são úteis aos povos, ou quando se ocupam em extorquir impostos para o privilegio de alguns. Pois o bem estar da maioria é frequentemente um pretexto para a ganância e a doentia sede de poder de alguns. Soa familiar? Sarcástico e inteligente, o autor merece ser conhecido por todos que desejam conhecer um caminho para argumentar a favor de uma sociedade melhor, mais justa, mais humana. Thoreau redigiu este ensaio entre os muros da prisão, para onde foi mandado por recusar-se a pagar os impostos, pois dizia: ‘custa-me menos, em todos os sentidos, incorrer na pena de desobediência ao Estado do que me custaria obedecer; neste caso, eu haveria de me sentir diminuído. (...) Vi que o Estado era irresponsável e (....) perdi o resto de respeito que ainda nutria por ele.’ Esta Bíblia dos libertários é um texto ardente, ferino, incontido, e, por que não dizer, verdadeiro.
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