Horizonte quebrado
(Antonio Miranda Fernandes)
Misturando céu, sal e areia de roldão,plúmbea escura e esverdeada, em fúriamedonha, vem a procela encrespandoo mar e gelando a prudência da razão.Urrando e espumando tal enraivecidafera, arranhando acúleos das escarpas,esbofeteia ferida, as pedras e temorese ribomba como dilacerantes guerras,triturar querendo as raízes da coragem,e algoz criar a maior de todas as dores.Ventos uivam como alcatéia ondulantena correria escalando negras estepes...E trovões troam no horizonte quebradobafejando calor de demônio com febre.Faíscam labaredas rasgando o doridoventre do mundo no nascer cesarianodando a luz ao filho da procela. Paridocom cabeça entre a concha das mãos...Chegou virando berço, remexendo tudode ponta-cabeça como peraltice sua...Peixes nas nuvens e naus em arco-írise polvos abraçando estrelas e a lua...E o mar, ora placenta azul em maláciopõe n’alma da criança, como herança,sina de marujo que busca seu espaço,tal a fera da savana, que sem infância,ouvindo ventos logo depois de nascida,corre atada a vida e guarda a espécie,aprende...”Quem ao mar vai por prazer,iria ao inferno por distração” se quisesse.
Resumos Relacionados
- Alma - Fantasma
- Ciclones E Furacões
- Por Quê O Mar á Azul?
- Nanocontagem
- As Esfinges
|
|