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Ode Triunfal
(Álvaro de Campos)

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Foi com absoluta sinceridade que Álvaro de Campos chamou, um dia, Mestre a Alberto caeiro, mas mestre em quê?!No sensacionismo, mesmo que futurista, com que o primeiro se entrega à poesia e à forma de pensar. É numa linguagem apressada, que se vai sentindo acelerar à medida que o poema evolui, que Álvaro de Campos faz notar o frenesim de sensações e emoções que o atinge ao sentir-se vivo num mundo moderno, que ama. Este conjunto, nascido da junção entre a sensação e emoção, traduz-se através do valor exclamativo de cada verso criado, pelo número de interjeições, pontos de exclamação e onomatopeias. É a constante solicitação dos sentidos que se encontra na falta de verbos e no uso exagerado de substantivos e adjectivos que explica a rapidez que envolve o poeta e com que o poeta faz envolver o mundo que o rodeia. Como característica do futurismo que quer fazer viver em quem lê Álvaro de Campos utiliza um número variado de verbos em cada estrofe tendo cada um deles um número variado de sílabas e tendo alguns versos raízes paúlicas. Para lá do que escreve e em que se encontra a vontade de negar a antiga estética aristotélica , também na forma como escreve se nota a poetização do que classicamente não é nem nunca foi poético, num conjunto de frases coordenadas que se tornam cansativas pela velocidade evidente que representam. Contudo, é ao exultar perante a modernidade que se encontra a si mesmo e ao fazê-lo musicaliza o poema pelas palavras que repete, pelos sons que descreve e pela pressa exacerbada com que os percorre e se percorre através deles. Álvaro de Campos transforma a Ode Triunfal num elogiar gritante do que é Presente, pois para si este é a possibilidade de concretizar o génio humano percebendo através dele o passado que o possibilitou e o futuro que irá possibilitar. O poeta faz-se de repente transformar em depósito de sensações, que transcreve numa pilha de palavras com que nos inunda e com que nos chama a atenção para o que é real e para o que dentro deste real é digno de ser amado, ou seja, Tudo. Não faz distinções entre o rico e o pobre, entre o quente e o frio, entre o que é supostamente belo e supostamente feio pois se tudo é real, cada pormenor não é mais do que a representação parcial desse mesmo tudo. Então tudo é perfeito, pois tudo partiu da criação moderna das mentalidades humanas - só o Homem sente e é no sentir, e não nos sentimentos, que se encontra a possibilidade de coexistir racionalmente com o que é sensação. É a partir do momento em que se têm sensações que podemos partilhar da capacidade de amar sem sentir nada de especial pelo que se ama, ou melhor, a posse a que se quer chegar não engloba obrigatoriamente qualquer sentimento e é aqui que reside a beleza de se amar tudo e não se amar nada em particular, pois ao particularizar perder-se-ia pelo caminho a velocidade inerente ao mundo moderno. É nessa rapidez inebriante que se encontra a razão da evolução desse génio humano que o poeta tanto ama e admira, pois dele pode fazer parte , sendo ele mesmo, e sem precisar de se transformar no resultado mecanizado e barulhento que o enraivece por ser mundialmente absoluto. Porém, esta raiva é por vezes opressora e noutras vezes libertadora. É na raiva que lhe vem da Máquina que ele encontra a porta de entrada para o mundo presente que o faz reagir a si mesmo e ao que entende como sensação sua na procura de ir além do que é, "Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!"



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