Rosas Brancas
(DulceRey)
I – PREFERÊNCIASLá fora chove torrencialmente e o tempo promete transformar-se numa verdadeira tempestade, típica da zona serrana. Já se houve o intenso ribombar dos trovões, que faz estremecer as rochas, logo seguidos dos espectaculares relâmpagos. Marta Figueira, do interior do gabinete de trabalho, em sua casa, contempla a beleza do jardim atapetado a relva com lindas ilhotas de lavanda, rosmaninho, e alecrim. Junto dos muros estão plantados hibiscus, buganvílias, e dracaenas. Fascinada com tanta beleza, pensa: – Como as plantas agradecem os cuidados que lhes dispensamos. Em menos de um mês e já têm praticamente o dobro do tamanho.Sente-se orgulhosa. Constata que cada vez gosta mais da sua nova casa. Uma moradia uni familiar, de piso térreo em L, com uma volumetria de duzentos e quarenta metros quadrados. O arquitecto responsável pelo projecto fez um bom trabalho e seguiu à risca as suas indicações. Marta restaurou e ampliou as ruínas existentes no Monte Giesta e fez questão em manter o traçado arquitectónico de sua casa dentro do típico algarvio. Em relação ao espaço interior optou por o adaptar ao conforto dos tempos modernos.O resultado final satisfá-la plenamente. Tem uma casa de linhas direitas com janelas panorâmicas de acesso directo ao exterior, em todas as divisões: duas suites uma delas, a de Marta, com lareira; dois quartos servidos por uma casa de banho ao centro; um gabinete de trabalho/biblioteca; uma zona de open space (sala comum com lareira e cozinha equipada com encastráveis Mièle); e uma pequena lavandaria. A casa está voltada a norte e possui aquecimento central através da lareira.No exterior, uma bela piscina de cinco por doze metros e, como não podia faltar, um jardim à volta da casa e piscina – o seu tão amado jardim.Vive há sete meses, perdida no meio da serra algarvia, rodeada de vegetação e bichos.As árvores que mais a impressionam são: as velhas alfarrobeiras cujos troncos retorcidos e com buracos mais parecem esculpidos. As amendoeiras, tão belas quando floridas como quando despidas de folhagem. E, os velhos sobreiros com a sua enorme copa e os seus belíssimos troncos. A par da flora também gosta de observar a fauna. O ruído típico das cobras quando se deslocam, ao sentirem a aproximação de um qualquer perigo. Os ratos do campo que, para se alimentarem, juntam as duas patas da frente para segurar o alimento e, por vezes, mais parecem estar sentados sobre as patas traseiras. As mais diversas aves: umas pequeníssimas, outras bem maiores, com plumagem discreta ou mais vistosa, algumas com um canto diversificado, maravilhoso, outras há que parecem repetir uma sequência de notas vezes sem conta. Os sapos gorduchos que gostam de sair da terra nos dias invernosos de chuva, com a sua pele viscosa. As osgas, lagartixas e camaleões.Mas, entre todos os animais, o que lhe dá mais prazer observar é o gato. Ao fim da tarde, vêm para junto de sua casa três gatitos que ela adora ver a brincar, uns com os outros. Dão pulos e cambalhotas, sobem às árvores com uma rapidez e agilidade surpreendentes. São verdadeiros acrobatas. E o cuidado que dispensam à sua higiene! O carinho e atenção que a mãe lhes dispensa é de facto edificante e vê-los dormir é algo de sublime. Pena é que o homem raramente consiga tamanha paz!Também os insectos merecem alguma observação. Existem uns gafanhotos lindíssimos diferentes de todos os que viu noutras regiões do país. Os louva-a-deus são espectaculares. Há, além destes, toda uma variedade de escaravelhos, formigas e moscas. A contemplação da natureza dita inanimada é outra das suas paixões. As rochas são muito bonitas: de um tom avermelhado com formas irregulares, desenhadas, como que esculpidas, talvez por uma mão divina. Outras têm, no seu interior, formações de cristal. Outras ainda, são o testemunho vivo de que o mar já por aqui passou e têm belos fósseis marinhos incrustados.Por tudo isto Marta considera a serra algarvia como uma zona paradisíaca. Segundo ela, nesta região o climaé, em geral, mais ameno e a poluição mínima. E, por isso mesmo, a elegeu para aqui passar, quem sabe, os melhores anos da sua vida. Neste paraíso, perdido no meio da serra, apenas consegue apontar um ponto que não permite a perfeição absoluta, o facto de existirem ainda muitas aldeias que não estão abrangidas pelo sistema de rede pública de abastecimento de água e esgotos.Para poderem usufruir de água canalizada, os residentes têm que ter: uma cisterna com uma boa capacidade (vinte a trinta mil litros); uma boa bomba para puxar a água à pressão ideal (para não avariar as máquinas de lavar roupa e loiça); e o saneamento básico processa-se através de fossa.O abastecimento de água é assegurado por particulares que possuem um depósito, normalmente, atrelado a um tractor, que cobram a água a um custo algo oneroso. Assim, é de toda a conveniência possuir-se um sistema para aproveitamento da água da chuva, algo tão simples como um algeroz com ligação à cisterna.
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