O que é a Depressão?
(Evaristo; M.)
Damásio (2001), na obra O Erro de Descartes, a propósito das emoções, descreveu os modos cognitivos que acompanham a tristeza e a alegria. De acordo com este autor o modo cognitivo que acompanha a tristeza caracteriza-se por uma lentidão na evocação de imagens, associação pobre em resposta a menos indícios, inferências mais limitadas e menos eficientes, concentração excessiva nas mesmas imagens, por norma as que mantêm a reacção emocional negativa, e é acompanhado de inibição motora, redução nos apetites e nos comportamentos exploratórios, sendo a depressão o extremo desse modo cognitivo. Em contraste, o modo cognitivo que acompanha a alegria e a sensação de júbilo caracteriza-se por uma criação rápida de múltiplas imagens onde o processo associativo é mais rico e as associações são feitas de acordo com um maior número de indícios. As imagens não são alvo de atenção durante muito tempo o que facilita a inferência mas dificulta a especificidade. Este modo cognitivo é acompanhado de uma desinibição da eficiência motora, aumento do apetite e dos comportamentos exploratórios sendo a mania o seu extremo.
Segundo Pires (2003), a depressão é um estado emocional caracterizado por profunda tristeza e apreensão (humor disfórico), sentimentos de culpa, isolamento perda de sono, do apetite, do desejo sexual, e das coisas em geral, enquanto que a mania é um estado emocional de intensa alegria (humor eufórico) sem que existam razões para tal e manifesta-se por hiperactividade, excesso de fala, flutuação de ideias, distratibilidade, planos grandiosos irrealizáveis, entre outras características.
De acordo com Beck, Rush, Shaw & Emery (1983) a depressão inclui componentes afectivos, motivacionais, cognitivos, comportamentais e fisiológicos que mantêm entre eles uma relação recíproca. A característica central do Episódio Depressivo Major é a ocorrência de um período de pelo menos duas semanas durante o qual se verifica ou humor depressivo (em crianças e adolescentes pode ser humor irritável) ou perda de interesse em quase todas as actividades assim como pelo menos quatro sintomas adicionais (por exemplo, alterações no apetite, no sono, ideação suicida, etc.) que devem estar presentes há pouco tempo ou ter piorado em comparação com o estado anterior.
Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, em 2001, cerca de 121 milhões de pessoas sofriam de depressão. As Perturbações Depressivas e a Esquizofrenia são consideradas, pela mesma agência, responsáveis por 60% de todos os suicídios.
Nota: Este resumo é de um trabalho académico.
Referências:
American Psychiatric Association (2002). DSM-IV-TR. Lisboa: Climepsi Editores.
Beck, A. T., Rush. A. J., Shaw, B. F., Emery, G. (1982). Terapia Cognitiva da
Depressão. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
Damásio, A. (2001). O Erro de Descartes, 22ª edição. Mem Martins: Europa –
América.
Pires, C. (2003). Manual de Psicopatologia: uma abordagem biopsicossocial. Leiria:
Editorial Diferença.
Referência da Internet:
World Health Organization. (2001). Mental and neurological disorders. Fact sheet Nº 265. Retirado em Março 31, 2006 do World Wide Web:
http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs265/en/print.html
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