BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


A Última Bala
(Diego Coletti Oliva)

Publicidade
A Última BalaEscrito por Diego Coletti Oliva em 04/05/2006
É uma bela noite de outono, a lua crescente brilha ainda baixa no céu claro do fim do dia, enquanto os últimos raios de sol somem no horizonte tingindo o céu com um tom laranja. Uma brisa fria sopra agitando as folhas das árvores da rua, desprendendo dos galhos as folhas secas de tons marrom, vermelho e amarelo, manchando o chão cinza das calçadas com as cores da estação. As luzes da cidade começam a se acender, lançando sua luz pálida e fria sobre o asfalto escuro das ruas, indicando a chegada da noite. Ainda há pássaros cantando lá fora, passando em grandes revoadas, voltando para seus ninhos para passar a noite no aconchego de seu lar e ao lado de suas famílias. Não diferentes das pessoas que depois de mais um dia deixam seus empregos e retornam para suas casas em busca de descanso. E dentre o som dos carros que passam levando seus motoristas e passageiros a caminho do tão merecido repouso, destaca-se o som de sirenes se aproximando cada vez mais, parando com sonoras freadas em frente a minha casa. Aliás uma bela casa por sinal, com um pequeno jardim gramado na frente, atravessado por um caminho de pedras que leva até a entrada da varanda da casa de tijolos à vista e telhados vermelhos. Os policiais descem de suas viaturas e avançam sobre meu jardim, entrando na casa pela porta da frente que deixei entreaberta. Eles passam pela sala e pelo corredor sem reparar na beleza dos quadros que enfeitam as paredes ou da mobília que preenche os aposentos. Do meu quarto, sentado em minha cama observando as cores do mundo lá fora, posso ouvi-los se aproximando mais e mais. Até que finalmente me encontram, apontando suas armas e gritando qualquer coisa que eu simplesmente ignoro.
Ao meu lado, deitados na cama bagunçada se encontram minha mulher, com sangue escorrendo de dois ferimentos em seu peito, e seu amante, com três ferimentos semelhantes, no peito e na cabeça, mortos.
Em minhas mãos se encontra o instrumento de suas mortes, um revólver calibre 38, com uma última bala na agulha. A arma de minha punição, a ferramenta de minha vingança.
Creio que tenha ficado claro o que aconteceu aqui nesta tarde, e não vejo motivos para detalhar os fatos, óbvios como estão. Fui traído por minha amada, traído por aquela a quem dediquei os últimos cinco anos de minha vida medíocre, trocado por este homem que jaz morto em minha cama, de quem eu não conheço nem mesmo o nome. Mas hoje isso tudo acabou... Os policiais continuam gritando e apontando suas armas, mas são tão covardes que não ousam se aproximar de um homem armado, de um assassino. Então eu levanto minha arma, e, apoiando o queixo sobre o cano, puxo o gatilho, disparando a última bala contra mim mesmo, acabando com minha vida e poupando-me da dor do remorso e da dor da traição...



Resumos Relacionados


- Minha Tronqueira

- O Fugitivo

- Dicas De Como Si Dar Bem Com Mulheres Metidas!!!

- O Fantasma Do Meu Pai (le Fantôme De Mon Père)

- Quem É Ela, Ela É



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia