Rastro de Lágrimas
(Diego Coletti Oliva)
Rastro de Lágrimas
Escrito por Diego Coletti Oliva em 24/10/2005
Uma bela e quente noite de verão. A lua cheia brilha linda e sedutora no céu limpo e estrelado dessa maravilhosa noite. Uma brisa agradável sopra, balançando graciosamente as folhas das árvores e refrescando o calor da noite. Uma noite magnífica, perfeita!
Sentados na praça da cidade, um jovem casal de namorados aproveitam o clima do momento enquanto trocam carinhos e palavras doces. Seus olhos revelam o sentimento que um tem pelo outro, e seus corpos o transformam em gestos afetuosos e apaixonados. Seus beijos e abraços calorosos sob a luz do luar, formam uma cena tão bela e magnífica quanto à própria noite. Uma cena digna de uma pintura. Tão apaixonante quanto o próprio sentimento que une esses dois agora.
Mas num banco mais afastado, quase escondido, está outro rapaz, sozinho. Também jovem como os apaixonados, mas sem apresentar o vigor de sua idade. Seus olhos sem brilho buscam algo inalcançável, e seu rosto expressa uma tristeza e cansaço, que contrasta com todo o ambiente ao seu redor.
O que ele pode estar sentindo nesse momento? Como pode numa noite tão linda e perfeita como essa, demonstrar tamanha tristeza? Que dor é essa que o faz tão triste e cansado? Que tira o brilho de seus olhos e que o faz se perder em seus próprios pensamentos?
Lá está ele, sentado, cabisbaixo. Praticamente imóvel e incapaz de notar que acontece a sua volta. Por um instante, ele levanta seus olhos e encontra o casal se beijando e se abraçando calorosamente, sem sequer notar a sua presença naquela praça.
Então, novamente seus olhos se perdem enquanto uma lágrima solitária rola pelo seu rosto.
Sim, agora posso entender seus sentimentos. Sei que dor seria capaz de causar-lhe tanto mal, de trazer-lhe tanta tristeza ao coração, capaz de tornar essa noite tão terrível para ele, quanto é bela para os jovens namorados. Trata-se de um sentimento engraçado, que pode ser ao mesmo tempo tão maravilhoso e tão terrível. Capaz de trazer tanta felicidade e tanto sofrimento, que simplesmente não há como descrevê-lo. É um sentimento conhecido como amor...
Novamente, ele olha para o beijo apaixonado dos namorados, mas dessa vez não se esconde como antes. Levanta-se e caminha para fora da praça, para longe daqueles que nem sequer o viram por um instante.
As lágrimas voltam a escorrer de seus olhos e a cair no chão, deixando as marcas de um coração despedaçado pelo caminho. Por um instante, pára escorado na parede de uma casa, e chora.
Ainda assim, mesmo sabendo que sentimento o maltrata, não consigo entender a imensidão de sua dor. O que pode ter acontecido a ele para que ele sofra dessa maneira? Seria traição? Saudades? Ou talvez a morte tenha levado sua amada mais cedo? De qualquer forma, seja lá o que for que lhe aconteceu é muito mais forte do que se poderia imaginar à primeira vista...
Ele tenta se recuperar e ainda soluçando enxuga as lágrimas. Põe-se novamente a caminhar solitário pelas ruas da cidade. Acompanhado apenas por sua dor, seu sofrimento e pelas lembranças de um amor, o qual, ainda tortura sua alma e que talvez torture para sempre. E assim continua lentamente, até sumir no fim da rua em meio à escuridão da noite, deixando sob seus pés um rastro de lágrimas, marcas de sua tristeza, de seu sofrimento, de seu amor...
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