BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Objeto da pesquisa: sociologia religiosa e teoria do conhecimento
(Émile Durkheim)

Publicidade
Neste texto, Durkheim analisa e explica a religião mais primitiva e simples que se tem conhecimento, o totemismo. Para ele, para ser chamada de primitiva uma religião deve satisfazer duas condições: a) deve ser encontrada numa sociedade que seja a mais simples em comparação às existentes e b) que seja explicada por seus próprios elementos, sem que nenhum elemento de uma religião anterior intervenha. O autor justifica a escolha por religiões primitivas dizendo que não se trata simplesmente de derivar o cristianismo, religião considerada superior, do totemismo. Ele rejeita o caráter de superstição e mentira atribuído ao totemismo alegando que justamente por estar fundada na natureza das coisas, por pertencer ao real e exprimi-lo as religiões primitivas devem ser consideradas. Se elas existem, satisfazem a uma necessidade humana. Durkheim rejeita a existência de religiões falsas. Para ele, apesar de serem possíveis de hierarquização, já que existem religiões mais ou menos complexas ou simples, nunca podemos dizer que existem religiões falsas. Ele aponta a importância da diacronia no estudo de uma determinada instituição dizendo que só com o método histórico podemos decompor seus elementos constitutivos e entender sua origem. Para ele, antes de descrever esta ou aquela religião, é preciso saber o que é a religião de uma maneira geral. Ele diz que o método dialético utilizado pelos filósofos, através do qual eles apenas analisam o idéia que fazem da religião, deve ser abandonado. Durkheim chama atenção para a necessidade de observação não só dos caracteres exteriores de uma religião, mas das representações e atitudes rituais que desempenham as mesmas funções em todos os sistemas de crenças e em todos os cultos. São esses elementos que constituem a essência da religião. Dada a diversidade das religiões, como definir os elementos que são comuns a todas elas? É aí que Durkheim justifica sua escolha pelas religiões de sociedades simples. Como nelas as práticas religiosas ainda se encontram nuas, sem o refinamento das religiões complexas, elas se constituem casos privilegiados para o estudo da essência da religião. Além de permitir destacar os elementos constitutivos da religião, as religiões primitivas facilitam sua explicação, pois nelas os fatos são mais simples e as relações entre os fatos mais evidentes. Para Durkheim, à medida em que as religiões se desenvolvem, as causas que as originaram deixam de ser percebidas dada a interferência de um sistema de interpretação que as deformam. Ao falar em origem das religiões, Durkheim diz que não se refere a um começo absoluto, a um instante em que a religião começou a existir, mas a causas. Como um dos primeiros sistemas de representação, a religião, ao mesmo tempo em que enriqueceu o espírito humano previamente formado também contribuiu para formar esse espírito. Durkheim diz que grande parte das noções que são essenciais ao processo de pensar (noções de tempo, de espaço, de gênero, de número, de causa, de substância, de personalidade etc.), que correspondem às propriedades mais universais das coisas, se encontram na religião. Durkheim define as representações coletivas como produtos de uma multidão de espíritos que se sucedem após gerações sucessivas. Por este motivo que a razão tem o poder de ultrapassar o alcance dos conhecimentos empíricos. Segundo Durkheim, o homem é duplo, um ser individual e um ser social ao mesmo tempo. É o caráter social que explica porque as categorias são necessárias, ou seja, se impõem ao espírito sem ser acompanhada de nenhuma prova. Para que elas exprimam as relações mais gerais que existem entre as coisas é necessário o consenso em torno do que elas significam. Esse primado do social se dá de forma coercitiva. Durkheim associa as categorias e sua definição eminentemente social à natureza ao afirmar que a sociedade é a manifestação mais elevada da natureza. Assim, ele evita que elas sejam consideradas apenas metáforas quando aplicadas ao restante da natureza. O apriorismo e o empirismo são conciliados na teoria do conhecimento elaborada por Durkheim.



Resumos Relacionados


- Definição De Religião

- Antropologia Da Religião

- As Formas Elementares Da Vida Religiosa

- Estudo Da Religião

- Abordagens Para O Estudo Da Religião



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia