Gênero, identidade, casamento e família na sociedade contemporânea
(Jeni Vaitsman)
VAITSMAN, Jeni. “Gênero, identidade, casamento e família na sociedade contemporânea”. In: Mulher, gênero e sociedade. Organizado por Rose Marie Muraro e Andréa Brandão Puppin. Rio de Janeiro: FABERJ, Relume Dumará, 2001. p. 13-20 Neste texto, a autora retoma questões discutidas em seu livro “Flexíveis e plurais – identidade, casamento e família em circunstâncias pós-modernas”, 1994. Até a década de 60, a única forma de institucionalização das relações afetivo-sexuais era o casamento legal e indissolúvel. A partir dos anos 80, os padrões familiares se diversificaram e ganharam legitimidade social e cultural. Segundo Vaitsman, nesse período estes padrões diversificados eram adotados por homens e mulheres de camadas médias urbanas. Gênero, casamento e família na sociedade moderna FAMÍLIA MODERNA => surgida junto com o desenvolvimento da sociedade capitalista, este tipo de família foi responsável por uma redefinição das relações entre as classes e das relações de gênero. Características: - privatizada - baseada na dicotomia público/privado - individualismo patriarcal, pois às mulheres era negada a conquista da cidadania e da igualdade - resultava de escolhas pessoais, mas constrangidas pelos papéis que definiam os contornos da individualidade de cada um - fundada no amor e na livre escolha apenas em princípio, pois na prática a individualidade feminina subordinava-se à masculina LIVRE ESCOLHA => ponto fraco do casamento moderno.
Redefinição da divisão sexual do trabalho => as mulheres reivindicam a igualdade => o conflito se manifesta e aumentam as separações
As transformações sociais e de gênero no século XX Crise da família e do casamento modernos: - redefinição da divisão sexual do trabalho - redefinição da dicotomia público/privado, antes fundada no gênero Como conseqüência desta crise, a crença no casamento baseado no amor eterno se desfaz. Fragmentação Efemeridade Fluxo caótico Aumentaram muito após o acirramento dos processos socioeconômicos e tecnológicos ocorrido a partir dos anos 70, o que veio a afetar instituições sociais como o casamento e a família. O sincrônico passa a predominar sobre o diacrônico (espaço/tempo) Conseqüências: - bens, valores, estilos de vida, relações estáveis e ligações com as coisas, construções, lugares, pessoas e modos herdados de ser e de fazer são facilmente descartados; - incerteza, instabilidade e fragmentação produziram identidades fluidas, que não se referem exclusivamente aos papéis sexuais e que são mais flexíveis e abertas à mudança - os conflitos entre individual/coletivo permanecem, mas sob novos jogos discursivos. O que mudou foram os fundamentos da legitimação da desigualdade.
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