A Serpente Cosmica - DNA a origem do conhecimento
(Narby; Jeremy)
Jeremy Narby cresceu no Canadá e Suíça. Foi estudante de história na University of Canterbury e recebeu o seu PhD em antropologia na Stanford University. Durante o período de pesquisa viveu dois anos, na Amazônia Peruana dedicando-se ao estudo da tribo Ashaninca e a sua metodologia de exploração dos recursos da selva amazônica (85.000 espécies). Como resultado dos seus estudos e experiências na Amazônia Peruana, escreveu o best-seller "The Cosmic Serpent - DNA .And The Origins of Knowledge" (A Serpente Cósmica - DNA. E as Origens do Conhecimento). Qual o espaço para os shamans e o shamanismo no modelo actual que credita o conhecimento cientifico? O "Ponto Cego" da Biologia"Iniciei a minha investigação com o enigma da "comunicação com plantas". Aceitei a ideia de que as alucinações podem ser fontes de informação verificável. Terminei criando uma hipótese sugerindo que a mente humana pode se comunicar no estado de consciência desfocalizada com a rede global do DNA - base da vida. No entanto esta perspectiva contradiz os princípios da ciência ocidental". Jeremy Narby.Apesar da insólita hipótese esta pode ser testada pelos biólogos,. Este teste consiste na verificação de poder encontrar-se no mundo alucinatório dos ayahuasqueiros informação bio-molecular. Contudo a biologia actual não receberia este convite de boa vontade porque ele vai contra os princípios que constituem todas as suas pré-suposições, o que Narby chama de o seu "Ponto Cego" de origem histórica! O trabalho de Jeremy Narby neste pesquisa focasse em descobrir padrões semelhantes entre a “linguagem das essências da vida” na floresta e a linguagem do DNA. Encontrou o seguinte: dupla e enrolada ou enrolada-enrolada (twisted-twisted) ou, na linguagem shamânica “yoshtoyoshto”, correspondência perfeita”. “O DNA é uma dupla-dupla linguagem enrolada em si mesma. Justamente a “linguagem torcida” das “essências vivas, ou espíritos da natureza, segundo os shamans”. Jeremy Narby. Hipótese "Minha hipótese sugere que o chamado DNA, pelos cientistas, corresponde às essências animadas com as quais os shamans dizem comunicar-se e que são as responsáveis pela animação da vida em todas as suas formas. A biologia moderna, entretanto, se fundamenta na noção de que a natureza não é animada por uma inteligência e que, portanto, não pode se comunicar. Esta pressuposição se origina da tradição materialista estabelecida pelos naturalistas dos séculos 18 e 19. Naquela época necessitava-se de coragem para questionar as explanações sobre a vida estratificada por uma leitura literal da bíblia. Por adotarem um método científico baseado na observação direta e na classificação das espécies, Linnaeus, Lamarck, Darwin e Wallace, audaciosamente, concluíram que as diferentes espécies evoluíram com o tempo - e que não haviam sido criadas em formas fixas, há 6 mil anos, no Jardim do Éden". "A "aproximação racional" (rational approach) tende a minimizar aquilo que não consegue compreender... A "aproximação racional" principia-se na idéia de que tudo é explicável e de que o mistério, de uma certa forma, é o inimigo. Isto significa que se preferem as respostas pejorativas, e às vezes erradas, para não se admitir a própria falta de conhecimento". J. Narby.Esta hipótese baseia-se na seguinte suposição: o DNA, na sua natureza e de um modo geral é inteligente. Jeremy Narby reconheceu nas Serpentes Cósmicas, o DNA, que elas são vivas e dotadas de inteligência e a sua compreensão ajudará a mudar a perspectiva científica e o nosso modo de encarar o mundo. P.S.-- Após a apresentação do livro de Narby considero que seja pertinente para o leitor ter contacto com a declaração de Veneza de 1986 que nos alerta para a necessidade de reintroduzir novos modelos e instrumentos de analise cientifica. Urge uma nova ruptura epistemológica, sem preconceitos em relação ao conhecimentos das culturas designadas arcaicas.A CIÊNCIA DIANTE DAS FRONTEIRAS DO CONHECIMENTO Veneza, 7 de março de 1986 Os participantes do colóquio "A Ciência Diante das Fronteiras do Conhecimento", organizado pela UNESCO, com a colaboração da Fundação Giorgio Cini (Veneza, 3-7 de março de 1986), animados pôr um espírito de abertura e de questionamento dos valores de nosso tempo, ficaram de acordo sobre os seguintes pontos: Somos testemunhas de uma revolução muito importante no domínio da ciência, provocada pela ciência fundamental (em particular a física e a biologia), devido a transformação que ela traz à lógica, à epistemologia e também, através das aplicações tecnológicas, à vida de todos os dias. Mas, constatamos, ao mesmo tempo, a existência de uma importante defasagem entre a nova visão do mundo que emerge do estudo dos sistemas naturais e os valores que ainda predominam na filosofia, nas ciências do homem e na vida da sociedade moderna. Pois estes valores baseiam-se em grande parte no determinismo mecanicista, no positivismo ou no niilismo. Sentimos esta defasagem como fortemente nociva e portadora de grandes ameaças de destruição de nossa espécie. O conhecimento científico, devido a seu próprio movimento interno, chegou aos limites onde pode começar o diálogo com outras formas de conhecimento. Neste sentido, reconhecendo os diferenças fundamentais entre a ciência e a tradição, constatamos não sua oposição mas sua complementaridade. O encontro inesperado e enriquecedor entre a ciência e as diferentes tradições do mundo permite pensar no aparecimento de uma nova visão da humanidade, até mesmo num novo racionalismo, que poderia levar a uma nova perspectiva metafísica. Recusando qualquer projeto globalizante, qualquer sistema fechado de pensamento, qualquer nova utopia, reconhecemos ao mesmo tempo a urgência de uma procura verdadeiramente transdisciplinar, de uma troca dinâmica entre as ciências "exatas", as ciências "humanas", a arte e a tradição. Pode-se dizer que este enfoque transdisciplinar está inscrito em nosso próprio cérebro, pela interação dinâmica entre seus dois hemisférios. O estudo conjunto da natureza e do imaginário, do universo e do homem, poderia assim nos aproximar mais do real e nos permitir enfrentar melhor os diferentes desafios de nossa época. O ensino convencional da ciência, pôr uma apresentação linear dos conhecimentos, dissimula a ruptura entre a ciência contemporânea e as visões anteriores do mundo. Reconhecemos a urgência da busca de novos métodos de educação que levem em conta os avanços da ciência, que agora se harmonizam com as grandes tradições culturais, cuja preservação e estudo aprofundado parecem fundamentais. A UNESCO seria a organização apropriada para promover tais idéias. Os desafios de nossa época: o desafio da autodestruição de nossa espécie, o desafio da informática, o desafio da genética, etc., mostram de uma maneira nova a responsabilidade social dos cientistas no que diz respeito à iniciativa e à aplicação da pesquisa. Se os cientistas não podem decidir sobre a aplicação da pesquisa, se não podem decidir sobre a aplicação de suas próprias descobertas, eles não devem assistir passivamente à aplicação cega destas descobertas. Em nossa opinião, a amplidão dos desafios contemporâneos exige, por um lado, a informação rigorosa e permanente da opinião pública e, por outro lado, a criação de organismos de orientação e até de decisão de natureza pluri e transdisciplinar. Expressamos a esperança que a UNESCO dê prosseguimento a esta iniciativa, estimulando uma reflexão dirigida para a universalidade e a transdisciplinaridade.
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