O olho mais azul
(Toni Morrison)
Imagina que você quer ter o olho azul, só porque assim você seria mais gente. Essa é a partida desse livro. Uma menina negra, na decada de 40 nos Estados Unidos. Ela já era meio feia, mas se sentia mais feia ainda se comparando com as meninas louras e de olhos azuis das propagandas das revistas. Assim num primeiro momento parece um livro meio bobo, mas não é, está longe disso. Fala muito sobre o preoconceito racial entre brancos e negros e de um preconceito pior ainda, dos mestiços contras os negros. Como se os mestiços fossem uma raça "superior" mais limpos, menos bagunceiros uma coisa absurda.
Fora que no primeiro momento, o livro fica mais enrrolando sobre a historia de uma familia que é destruida no momento em que o pai coloca fogo na casa e cada um vai para um lado, por assim dizer. Ai a menina que é a personagem central fica durante um tempo na casa de uma vizinha. O interessante do livro é que no meio da historia a autora simplesmente decide que é mais legal se contar toda historia dos personagens desde criança, tipo como o casal se conheceu e se casou. A trama vai ficando mais densa e menos leve, é quando as primeiras lagrimas vieram no meu rosto. Só que eu mal sabia o fim do livro. É surreal de tão triste e pior é que o livro é baseado em fatos reais.
A autora é uma afrodescende que cresceu na decada 40 no meio do Estados Unidos nesses estados mais preconceituosos e ela vivenciou a historia que o livro conta, então a Toni criou um personagem que é o seu alter ego para ser a narradora e contar a historia. Tenho que deixar o comentario que tal livrou valeu a ela o Nobel. Vale muito a pena ler, muito mais pra gente perceber o tanto de coisas absurdas que aconteceram e ainda acontecem.
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