Literatura Portuguesa - Modernismo
(Wesley Renê S. Barros)
As descobertas cientificas de Sigmund Freud, dedicada ao estudo do inconsciente humano, revela a existência de um verdadeiro universo no interior da mente humana que serviu de impulso decisivo para o surgimento de teorias estéticas baseadas na tentativa de expressão desse universo. Nesse mesmo ano é construído o cinematógrafo pelos irmãos Lumiére, esse invento causou euforia nos cientistas e técnicos em que participavam de concursos premiados. O cinema impôs-se como um meio de expressar a arte a fim de mudar as estruturas artísticas existentes. Outro invento revolucionário, o “14-bis” projetado por Santos Dummont deu o seu primeiro vôo sendo conhecido pelo mundo inteiro.
Em 1914, explode a Primeira Guerra Mundial, que fundamentava-se nas lutas imperialistas em diversas partes do mundo por mercados e regiões de matéria prima. Três anos depois da guerra eclode a Revolução Russa que mudou as bases socioeconômicas do País, aglutinadas de idéias comunistas que Karl Marx praticava. Essas idéias repercutiram em todo o mundo e teve conseqüências como a abolição da propriedade privada e o fim dos privilégios da nobreza. Em 1919, a Guerra chega ao fim. Era o auge e o término da chamada “belle époque”. A rebeldia, a ousadia e a alegrias eram palavras de ordem. Tudo era discutido, todas as liberdades eram proclamadas. Esse ambiente favoreceu o surgimento da arte moderna, que possuía idéias de ruptura com o passado, desejo de chocar a opinião pública, a valorização da subjetividade, a busca de inovações mais radicalistas e a tentativa de responder a desintegração social do pós-guerra. A proposta modernista vive a expressão da liberdade em todos os níveis, de todas as formas, sempre na fuga de qualquer convencionalismo, o que provocou uma arte caracterizada e pessoal.
A obediência da Monarquia Portuguesa em relação ao ultimatum inglês, encheu o povo de vergonha e abalou a crença nessa forma de governo. A partir de então, a luta republicana ganhou espaço e importância. Em 1910, foi proclamada a república, que tinha como principal objetivo integrar Portugal no quadro do imperialismo europeu. Esse ambiente favoreceu a difusão das idéias modernistas e forças estéticas. Passados cinco anos da proclamação da republica, um grupo de artistas liderados por Mário de Sá Carneiro e Fernando Pessoa fundou a “Revista Orpheu”, que exibia obras para impressionar a sociedade burguesa, através delas, as novas propostas artísticas foram divulgadas e discutidas. A conduta social e cultural do grupo foi “disforme” e “incoerente” aproximando-se da loucura.
A República era incapaz de resolver os problemas mais profundos do País e, sem conseguir equacionar as diferenças existentes entre os próprios republicanos, acabou por dar lugar a Ditadura Salazarista, que durou cerca de cinqüenta anos, ate a Revolução dos Cravos, de caráter socialista, em 1975.
No modernismo o ser humano se entrega aos limites considerados difíceis, o conhecimento da própria personalidade que buscou o otimismo e a expressão do ideal, aproveitando algumas tendências simbolistas recriadas no gosto pela liberdade, revelando a originalidade das obras, que tiveram importância crucial para a transformação da sociedade portuguesa, apesar de passarem por um estado ditatorial. Portanto o Modernismo Português contribuiu para com a humanidade, com a disseminação das formas de expressar o próprio ideal contido nos trabalhos divulgados. Ele estende o conhecimento moderno a outras sociedades como o Brasil de modo a representar a busca pela liberdade.
Referencia
Bibliográfica: MOISES, Massud. Presença
da Literatura Portuguesa Modernismo. São Paulo: Difel, 1983.
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