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INTRODUÇÃO DO E-BOOK "DESENHO ARTÍSTICO"
(Lou Poulit)

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Desde
os primórdios da intelectualidade humana, as grafias
constituíram a mais eficiente forma de representar e
transmitir idéias e sentimentos, mesmo sobre coisas imateriais
e, portanto, difíceis de provar. Para um intelecto ainda muito
primitivo e limitado, a divindade era o conceito de maior magnitude
possível e incluía praticamente tudo. Evidentemente que
ainda é intangível, todavia, de alguma maneira a
genética do homem já estava dotada da capacidade de
transformar, a si e ao que esteja em volta da sua esfera de
auto-compreensão, e de criar meios e métodos para
transformar e transmitir o seu saber. Isso o distinguiu das demais
criaturas durante o processo evolutivo, e o trouxe até os
nossos dias tal como é, com crenças a menos. A técnica
é o processo de trazer a idéia, do meio imaterial e
interior para o meio físico e exterior, de modo que se possa
transformá-lo e esta transformação ser percebida
por outros, depois imitada, enfim, transmitida. Mas ela não é
inata e exige o aprendizado.


Até
que fossem criadas as primeiras grafias do tipo alfabético,
como as atuais, os ideogramas foram suficientes para as reduzidas
pretensões do intelecto primitivo. Todavia, embora saturadas
do caráter místico que lhes era atribuído, eram
simplesmente desenhos. Ora, se assumirmos que a sua estética
era a melhor que se poderia produzir naquelas condições,
haveremos de reconhecer que bem ali, na escuridão e na
segurança das cavernas rochosas, silenciosas como o nosso
íntimo, nasceu o que hoje chamamos de arte, a partir de quando
de associou o belo ao bom. Não é difícil
perceber que, na sua essência, ela não se transformou.
Ou não se transformou tanto quanto foi capaz de transformar. A
técnica transforma a materialidade, mas é a
imaterialidade agregada que transforma o espírito.


Hoje,
num tempo em que tecnologias ditas científicas se atropelam,
empurradas pela competitividade consumista com que disputam, nem
sempre muito lealmente, a preferência das pessoas, temos muitos
tipos de artista com diferentes graus de consciência. Serão
justos todos os que se empenharem em resguardar o mérito
ancestral do desenho. Mas serão sábios lúcidos
os que aceitarem que da sua arte não se exija apenas a
estética material, por mais que ela possa seduzir a
ingenuidade do observador. Porque a arte nunca foi apenas isso. Mesmo
nas paredes rudes das cavernas e tendo diante de si o mais ingênuo
intelecto, ela sempre foi espírito e sempre alimentou a
insaciável busca do espírito.


Não
tenhamos a ilusão de que outro método ou processo seja
capaz de fazer com que nos transformemos em artistas mais lúcidos.
Ainda que tenhamos, pela melhor orientação possível
um caminho mais curto, isso não nos eximirá de
construir pessoalmente nossa própria capacidade técnica.
A cada movimento, nossa mente registrará muitas impressões
e não apenas a visual, como se pode imaginar leigamente. Toda
a nossa percepção sensorial será armazenada de
modo estruturado. Nem mesmo aspectos psico-emocionais sutis escaparão
ao registro na memória. Então permanecerão lá,
disponíveis, embora subconscientes. Por isso os artistas tem
necessidade de manter uma relação amigável
consigo próprio, com a sua emotividade e senso crítico.
Em seu silêncio e equilíbrio estarão mais
acessíveis as suas potencialidades. A disciplina em refazer,
reconstruir, os levará a perceber e criticar o que antes
fizeram de modo intuitivo. Isso irá fortalecer a lucidez do
seu talento e atribuirá legitimidade à sua autoria. Em
arte, podemos nos servir da intuição e até mesmo
de efeitos aleatórios como contribuição.
Entretanto, se nos deixarmos seduzir a ponto de não termos um
resultado claramente desejado na nossa mente, não teremos essa
referência para tomar as decisões que nos caberão
no transcurso do trabalho, nem ao final impor nossa assinatura,
garantia da identidade que construímos, sem com isso nos
arriscar a usurpar uma parte da autoria.Então,
se houver alguém por aqui que goste de desenho e queira se
dedicar à sua técnica... Pois muito bem, sugiro que
comece por encontrar uma posição tão confortável
quanto possível, na sua caverna particular.



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