Quem sou eu?
(Diego Coletti Oliva)
Quem sou eu?
Escrito por Diego Coletti Oliva em 24/09/2007
Deparei-me com essa pergunta outro dia enquanto preenchia meu perfil do Orkut, e não consegui responder. Quem sou eu? O que eu poderia dizer: sou alto, moreno, cabelos compridos, magro, simpático, inteligente e muito modesto. Claro, que eu diria isso, mas será que esse sou mesmo eu?
Creio que não. Talvez eu seja muito mais do que um punhado de adjetivos, talvez nem tenha essas virtudes que citei, talvez tenha outras, talvez não tenha nenhuma delas. Mas então, quem sou eu afinal? Estudante de Ciências Sociais, técnico em informática, escritor nas horas vagas. Não, também não é isso que eu sou. Não sou um conjunto de habilidades, de coisas que sei fazer, mesmo porque nem sei se sou bom no que faço.
O que então? Quem sou eu? Talvez apenas mais um estranho na multidão, mais uma boca que o mundo deve alimentar, mas não posso ser apenas isso, ninguém é apenas isso. Somos seres únicos, conscientes, descontentes, carentes e egoístas, enfim, somos homens, homens e mulheres que passam pela vida sem reparar nos detalhes, que são o que são apesar de não saberem o que isso significa.
Buscamos nossas origens ancestrais para responder essa pergunta e não encontramos nada. Criamos deuses capazes de nos dar respostas, mas nos perdemos deles, e assim os destruímos para em seguida criar novos deuses que satisfaçam nossas novas necessidades.
Somos nada mais que eternos descontentes, criaturas infelizes nessa eterna busca de identidade pelo simples fato de acharmos que deveríamos ser felizes. Talvez seja esse nosso grande erro, pensar. Talvez nosso tão divinizado dom do raciocínio seja nossa maior maldição, e único responsável por nossa crise de identidade e infelicidade.
Mas, não podemos pensar assim, afinal, se pensarmos dessa forma, logo não veremos mais razão para existir, se pensarmos assim, desistiremos de encontrar uma resposta a essa pergunta e desistiremos também da própria vida, logo prefiro responder no meu Orkut:
“Sou alto, moreno, cabelos compridos, magro, simpático, inteligente e muito modesto... e só adiciono quem deixa scrap!”
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