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A ciência perde o preconceito e estuda com seriedade o poder dos remédios à base de plantas
(CARLA GULLO E CILENE PEREIRA)

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......Tomar um chá para acalmar a dor de estômago, os sintomas da gripe ou aplacar a insónia é um hábito mais do que antigo. Mas a crença de que uma simples planta funcionava para tratar uma doença aos poucos foi substituída pelo forte apelo dos remédios químicos, que atraíam os pacientes com a promessa de uma cura rápida e total. Esse quadro, no entanto, começa a mudar. Embora as drogas sintéticas continuem na maioria na farmácia caseira, os medicamentos à base de plantas – os fitoterápicos – ganham um espaço cada vez maior na prateleira. Prova disso é que as vendas desse tipo de remédio são surpreendentes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1980 o mercado mundial de fitoterápicos e produtos naturais movimentou US$ 500 milhões. Para o ano 2000, porém, a previsão é de que só a Europa registre um volume de vendas de US$ 500 bilhões. No Canadá, as vendas crescem 15% por ano, enquanto nos Estados Unidos esse número chega a 20%. No Brasil não há estatísticas, mas o Herbarium, de Curitiba, um dos maiores laboratórios do género no País, registrou um aumento de 20% na comercialização de remédios à base de plantas nos últimos dois anos. ......Dois factores explicam esse crescimento. O primeiro é o desejo de encontrar uma alternativa aos medicamentos sintéticos, em geral carregados de efeitos colaterais. O segundo, e o mais importante, é a atenção cada vez maior que a ciência está oferecendo às drogas à base de ervas. A partir da constatação de que a sabedoria popular de fato tem fundamento, muitos pesquisadores deixaram o preconceito de lado e partiram para estudos mais profundos sobre o poder medicinal das plantas. No Brasil, há vários cientistas empenhados nessa tarefa. Uma pesquisa realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovou a eficácia da artemísia contra a malária e já há negociações com laboratórios para a produção de um remédio à base da erva. "É indicada para os casos em que a terapia convencional não funciona mais", explica o farmacologista João Ernesto de Carvalho. Na mesma universidade, outras dezenas de plantas estão sendo estudadas. Uma delas é a candeias, originária do cerrado, que já teve sua acção contra úlcera comprovada em animais. Outra é a sucupira, com atividade anti inflamatória em animais, mas com sinais de ser tóxica para o fígado. Além disso, há outros dois projectos, mais ambiciosos: investigar plantas que podem ter acção contra o câncer. Foram escolhidas 40 espécies (20 da Amazônia e 20 do cerrado). As espécies seleccionadas fazem parte de famílias, por exemplo, que apresentem alguma acção contra infecções, seja de acordo com o conhecimento popular ou segundo a literatura especializada. No Sul, outra frente também trabalha com plantas na busca de saídas contra o câncer. O oncologista Gilberto Schwartzmann, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, já pesquisou mais de 1,5 mil espécies. Dessas, 12 foram enviadas para o Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, para ser testadas in vitro. Uma já mostrou sinais de actividade em animais. "Remédio é bom de onde vier, mas a natureza tem substâncias que o homem não é capaz de fazer. É mais original em estrutura química que o ser humano", diz Schwartzmann. ......No Rio de Janeiro, a prestigiada Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abriga há três anos o Laboratório de Química de Produtos Naturais, com o objectivo de desvendar o lado científico das plantas. No centro, cada farmacêutico trabalha com determinadas ervas. Terezinha Tomassi, por exemplo, estuda uma planta do Pará chamada camapu. Usada contra hepatite, malária, leishmaniose, teve suas propriedades confirmadas no laboratório. "Russos e japoneses estão trabalhando com a planta à procura de uma atividade imunológica que poderia ser usada no tratamento da Aids", diz Terezinha. Já o farmacêutico José Luiz Pinto Ferreira estuda plantas que a população usa. Capim-limão, picão e babosa são algumas ervas de sua lista. "O capim-limão é utilizado como calmante e para problemas respiratórios. O picão combate a hepatite, a babosa é hidratante e, internamente, laxativa", explica Ferreira. ......Nesse esforço, até satélites estão sendo usados. Com a ajuda da área de monitorização por satélite da Embrapa, é possível conhecer os melhores locais onde cultivar espécies naturais de outros países, localizar regiões ricas em biodiversidade e identificar onde estão algumas das plantas mais visadas para exploração por causa de seu potencial medicinal. "Sabendo onde elas ocorrem, é mais fácil preservá-las", explica Evaristo de Miranda, pesquisador do órgão. ......Tudo isso é resultado da curiosidade científica – afinal, plantas são usadas como remédios há milênios – em separar o que realmente funciona do que é folclore. Na Amazônia, o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá conduz o primeiro estudo clínico do País sobre a eficácia da pata-de-vaca no tratamento do diabetes tipo II – os pacientes não dependem de injeção de insulina. A planta é utilizada contra a doença há 100 anos, mas de forma empírica. Agora, dos 160 pacientes do Programa de Avaliação e Controle do Diabetes tipo II, como é chamado o projecto, cerca de 90% dos que se submetiam ao tratamento convencional substituíram gradativamente os remédios alopáticos – fabricados pela grande indústria farmacêutica – por um conjunto de plantas que tem como carro-chefe a pata-de-vaca. Manipulada na forma de chá, cápsulas e tinturas (diluída), a planta reduz a quantidade de glicose no sangue. .



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