Jean Vigo
(Paulo Emílio Salles Gomes)
A obra de Paulo Emílio Salles Gomes revelou à França a criatividade e o espírito perspicaz do cineasta Jean Vigo. Lançado em 1957, a biografia sobre o diretor das obras-primas Zero em Conduta (1932) e O Atalante (1934) é um texto clarividente sobre as dificuldades em fazer cinema. Especificamente cinema de autor.Paulo Emílio nos mostra a infância do menino Vigo, filho de um brilhante militante anarquista, o escritor Almeyreda. Jovem de saúde frágil, apaixonou-se pela sétima arte e criou um cine clube. Começou a fazer cinema e suas obras sofreram com a interferência de produtores e a incompreensão do público.O cineasta frânces mirou suas lentes na direção de personagens fortes, em conflito constante. Paulo Emílio, outro apaixonado por cinema e pelos ideais revolucionários, capta na vida de Vigo a luta pela liberdade, pela vida e pela expressão artística. Nos combates que o cineasta foi obrigado a travar contra a censura, percebemos o olhar crítico e perscrutador do autor. Desvelando o drama de Vigo para projetar seus filmes, Paulo Emílio expõe como a arte sofre com as retaliações de governos autoritários que insistem em colocar freios aos impulsos de criação.O escritor brasileiro, também se detem aos metódos de filmagem de Vigo. E são esses momentos, que cativam quem sente afeição pela produção cinematográfica. Percebemos os percalços, a intensidade, o olhar de um cineasta que morreu em pleno florescer de seu talento aos vinte e nove anos.O livro é um testemunho de prazer e seriedade sobre a arte do cinema.
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