www.qmcweb.org
()
Etanol (álcool etílico) é o mais comum dos álcoois e
caracteriza-se por ser um composto orgânico (CH3CH2OH),
obtido por meio da fermentação de amido e outros açúcares, como a sacarose
existente na cana-de-açúcar, nos açúcares da uva e cevada e também mediante
processos sintéticos. É um líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em
água, com cheiro e sabor característicos. A presença do oxigênio, elemento
eletronegativo, em sua estrutura molecular, atrai elétrons de ligação,
tornando-o um solvente fortemente polar.Existem diversas utilizações para o álcool etílico como
solvente em processos industriais, anti-séptico, conservante, componente de
diversas bebidas, em desinfetantes domésticos e hospitalares, solvente de
fármacos importantes, na forma de combustível veicular e na produção de energia
elétrica.
A produção de etanol a partir de celulose no Brasil ainda é
experimental e não tem viabilidade econômica, já
que os custos são altos. Mas a corrida para dominar a tecnologia já começou. E
cada país aposta em caminhos próprios, até porque, para ´quebrar´ a molécula da
celulose, cada matéria-prima exige uma enzima específica. No Brasil, as
pesquisas se voltam, principalmente, para o desenvolvimento de enzimas que
permitam extrair a celulose do bagaço da cana. Nos Estados Unidos, o foco está
em outras matérias-primas, como o milho.
Atualmente, como um aditivo de combustível de baixa porcentagem, as
vantagens do etanol são muitas. Adicionado em pequenas quantidades (geralmente
uma parte de etanol para nove partes de gasolina) à gasolina que abastece os
carros, o etanol reduz as emissões do efeito estufa, como monóxido de carbono e
óxidos de nitrogênio. Como o etanol contém muito oxigênio na sua estrutura
química, ele queima de forma bastante limpa. O acréscimo de etanol à mistura do
combustível também diminui a quantidade de gasolina que consumimos ao dirigir.
Todo carro funciona com essa mistura de etanol 10 para 90 (chamada E10). A
mistura de etanol 85 para 15 (chamada E85), queima de maneira ainda mais limpa,
reduz a liberação de gases prejudiciais na atmosfera que podem causar poluição
do ar, da água, além do aquecimento global e da névoa seca. Mas ela não está
disponível nos postos de gasolina.
Há em operação no Brasil cerca de 350 usinas, a maioria delas controlada por
famílias tradicionais, como Ometto, Junqueira, Balbo, Zillo e Lyra. Apenas 3%
desses negócios estão em mãos de grupos estrangeiros. Há hoje quase 100 usinas
de álcool sendo construídas sobretudo por empresários locais.A supremacia brasileira no mercado de álcool, no entanto,
não deve ser encarada como definitiva. O país tem debilidades que tendem a
agravar-se com o tempo. A mais perigosa é a falta de investimentos em ciência e
tecnologia. Assim como o desenvolvimento de novos tipos de soja levou a
produção de grãos para o cerrado, o desenvolvimento de novas espécies de cana,
resistentes a pragas e adaptadas a regiões mais áridas, será fundamentais para
abrir novos pólos de produção e elevar a produtividade. A cultura já está
migrando. Novas usinas estão sendo erguidas em Minas Gerais, Goiás, Paraná e
até no Pará. O trabalho científico, no entanto, está concentrado em poucas
instituições, como o Centro Tecnológico Canavieiro, algumas universidades
federais e as empresas privadas CanaVialis e Alellyx, mantidas pela Votorantim
Novos Negócios (VNN).Por ano, o governo americano investe 350 milhões de dólares,
a fundo perdido, em biotecnologia para aumentar a produção de álcool de milho.
No Brasil, as pesquisas com cana estão restritas a algumas empresas privadas. O
total investido por ano no país é cerca de 25 milhões de dólares.Outra falha elementar é a falta de infra-estrutura. A maior
parte do álcool produzido no país deixa a usina em caminhões, um meio de
transporte caro que compromete a rentabilidade de áreas no interior do país.
Também falta estrutura nosportos.A Petrobras monopolizou o mercado interno de gasolina e de
gás natural, e suspeita-se que tente fazer o mesmo com o álcool.O ponto nevrálgico para o sucesso do Brasil, no entanto,
está nas mãos dos usineiros: garantir a produção do álcool. Pode parecer um
item primário na sofisticada agenda do setor de energia, mas historicamente os
usineiros locais reduzem a produção de álcool toda vez que o preço do açúcar
sobe. Essa velha artimanha para aumentar o faturamento da usina no curto prazo
tende a minar a confiança dos consumidores de outros países.
Meio Ambiente
Já os impactos ao meio ambiente estão sendo ignorados pelos que defendem a
substituição do petróleo pelo álcool combustível como medida para reduzir o
aquecimento global. Um dos processos de produção mais comuns é a queima da
palha do canavial, para facilitar o corte manual e aumentar a produtividade do
cortador de cana. Essa prática reduz custos de transporte e aumenta a
eficiência das moendas nas usinas. No entanto, a queima libera gás carbônico,
ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas) e
provoca perdas significativas de nutrientes para as plantas, além de facilitar
o aparecimento de ervas daninhas e a erosão. Como opção às queimadas,
responsáveis por boa parte das mortes dos cortadores por meio da inalação de
gazes cancerígenos, a mecanização pode ser extremamente prejudicial ao solo,
pois o comprime, não permitindo a entrada de oxigênio.Os efluentes do processo industrial da cana-de-açúcar também prejudicam a
natureza. Sem o devido tratamento, os dejetos lançados nos rios comprometem a
sobrevivência de diversos seres aquáticos
Resumos Relacionados
- O Etanol.
- Etanol
- Mistura De Etanol A Gasolina Podera Ser Reduzida Em 18%
- A Solução Que Vem Do Brasil
- Brasil E Alemanha Estreitam Laços Em Biocombustíveis
|
|