COMPROMETER-SE COM A INTERDISCIPLINARIDADE - PARTE I
(HERBERT GONÇALVES ESPUNY)
UNIFMUCENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO HERBERT GONÇALVES ESPUNY COMPROMETER-SE COM A INTERDISCIPLINARIEDADE Trabalho de Conclusão de Módulo apresentado ao Curso de Pós-Graduação Docência no Ensino Superior. Profa. Terezinha Costa Hashimoto Bertin. São Paulo2006 sumário INTRODUÇÃO.................................. ...............................................................3 UM OLHAR INTERDISCIPLINAR............................................................... 5 CONCLUSÃO................................... .................................................................8 REFERÊNCIAS................................. ................................................................9 1 introdução A crítica, em geral, às condições do ensino no Brasil é pública e notória. Todos os meios de comunicação – vez ou outra – publicam ou irradiam matéria a respeito da situação caótica em que se encontram alunos e professores. Especificamente em relação ao ensino superior, as críticas abordam duas vertentes: a falta de formação nos graus que antecedem ao ensino superior e as mazelas deste próprio. Contudo, uma lacuna parece ser comum a todos os graus de ensino: a capacidade de compreender uma leitura num sentido mais amplo; a habilidade de estabelecer relações entre os diversos elementos de um mesmo texto; enfim, a competência de ler proeficientemente. Vários educadores identificaram esta dinâmica e desenvolveram uma série de ponderações, que reunidas, passaram a chamar-se de estudo da interdisciplinariedade. Mas, entre a identificação do problema e as soluções préticas, há um longo e, por quê não?, tortuoso caminho. A questão da interdisciplinariedade é um tanto semelhante à situação vivida pelas empresas brasileiras no início da década de 90, quando surgiram os primeiros programas de qualificação para a norma ISO-9000. Na época, muitos empresários se perguntavam como atender a algumas exigências da norma, principalmente no que tangia à conscientização dos funcionários a respeito da política de qualidade da empresa. Isto seria fácil se considerados os funcionários de nível médio ou de nível superior. Mas o que dizer dos semi-analfabetos, iletrados, com pouquíssimo grau de cultura? Guardadas as devidas proporções, o educador moderno também se pergunta como trabalhar interdisciplinarmente com alunos que muitas vezes chegam ao ensino superior com um grau baixíssimo de leitura (entenda-se como leitura não só o ato propriamente dito, mas o que foi definido, acima, como leitura proeficiente). O objetivo deste trabalho é apresentar algumas reflexões de como tal objetivo poderia ser alcançado. 2. UM OLHAR INTERDISCIPLINAR Hugo Assmann (1), com muita propriedade, traça um panorama do contexto em que a sociedade moderna está imersa nas mais variadas fontes de informação. Nunca, na história do homem, houve tantas fontes,tantas referências, tantas motivações tecnológicas que trazem uma quantidade de informação jamais vista. Esta situação cria o que Assmann classifica de “info-ricos” e “info-pobres”, na medida que possuam acesso maior ou menor a esta Sociedade da Informação. Discute, ainda, a respeito das organizações modernas que são vertentes na dinâmica de integração das pessoas, afirmando que a equação “educação/empregabilidade/superação” deve se pautar nas prioridades sociais. Rasco (2) aborda a experiência científica como um motor de desenvolvimento social, evocando filósofos como Comte, Max Weber e Habermas. Afirma que o mundo social é reflexo da atividade de um mundo racional e que este mundo é renovável com dinâmicas oriundas da economia, da indústria, da política e da própria educação. Conclui que a universidade sempre esteve próxima da inovação, contudo observa que houve um distanciamento entre universidade e sociedade, no que concerne aos processos de discussão e questionamentos da própria cultura. Já a professora Lucarelli (3) estabelece uma série de relações entre a atividade docente e a formação pedagógica do professor, num determinismo do que pode estar ocorrendo com o ensino superior no Brasil. E assim poderiam ser citados vários outros especialistas que, em geral, procuram demonstrar a necessidade de se resgatar a prática docente com o objetivo de orientar os alunos numa empreitada mais acertada pelo curso superior. Pode-se inferir que há um consenso no sentido de buscar maior qualidade para o ensino superior. E é a partir deste ponto que caberiam algumas considerações.“Qualidade é a adequação ao uso. É a conformidade às exigências.” (4). Esta definição técnica é estabelecida pela ISSO – International Standardization Organization, com sede na Suíça e que estabelece normas de utilização mundial (sendo as mesmas homologadas, em cada país associado, pelos órgãos de normatização dos mesmos – no Brasil, a ABNT). Uma definição um pouco mais abrangente poderia ser dada por Júlio Lobos quando afirma que “Qualidade tem a haver , primordialmente, com o processo pelo qual os produtos ou serviços são materializados. Se o processo for bem realizado, um bom produto final advirá naturalmente. A Qualidade reside no que se faz – aliás – em tudo o que se faz – e não apenas no que se tem como conseqüência disso”(5 – p.14). Em relação ao ensino superior é evidente que uma melhora geral forçosamente passaria pela melhoria de cada etapa do desenvolvimento do ensino, ou seja, uma valorização dos processos. Se o tempo de aula é curto, valorize-se a atividade desenvolvida! se o aluno não é capaz de desenvolver inferências, façam-se exercícios para que os mesmos aprendam! Contudo, esta valorização dos processos é um desafio comum à implantação da qualidade em qualquer setor, seja corporativo, governamental ou educacional. No ensino superior esta questão pode gerar preocupações no que concerne ao conteúdo programático. Ou seja, como conciliar a carga de conhecimento recomendada para o aluno naquele período com a sua necessidade de exercitar-se mais rumo a uma leitura proeficiente? Não há fórmulas prontas, mas a experiência adquirida na implantação da qualidade em outras organizações pode ensejar algumas reflexões.
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