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COMPROMETER-SE COM A INTERDISCIPLINARIDADE - PARTE II
(HERBERT GONÇALVES ESPUNY)

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“Qualidade é a adequação ao uso. É a conformidade às exigências.” (4). Esta definição técnica é estabelecida pela ISSO – International Standardization Organization, com sede na Suíça e que estabelece normas de utilização mundial (sendo as mesmas homologadas, em cada país associado, pelos órgãos de normatização dos mesmos – no Brasil, a ABNT). Uma definição um pouco mais abrangente poderia ser dada por Júlio Lobos quando afirma que “Qualidade tem a haver , primordialmente, com o processo pelo qual os produtos ou serviços são materializados. Se o processo for bem realizado, um bom produto final advirá naturalmente. A Qualidade reside no que se faz – aliás – em tudo o que se faz – e não apenas no que se tem como conseqüência disso”(5 – p.14). Em relação ao ensino superior é evidente que uma melhora geral forçosamente passaria pela melhoria de cada etapa do desenvolvimento do ensino, ou seja, uma valorização dos processos. Se o tempo de aula é curto, valorize-se a atividade desenvolvida! se o aluno não é capaz de desenvolver inferências, façam-se exercícios para que os mesmos aprendam! Contudo, esta valorização dos processos é um desafio comum à implantação da qualidade em qualquer setor, seja corporativo, governamental ou educacional. No ensino superior esta questão pode gerar preocupações no que concerne ao conteúdo programático. Ou seja, como conciliar a carga de conhecimento recomendada para o aluno naquele período com a sua necessidade de exercitar-se mais rumo a uma leitura proeficiente? Não há fórmulas prontas, mas a experiência adquirida na implantação da qualidade em outras organizações pode ensejar algumas reflexões.
Apesar de toda a importância da estrutura educacional , desde as grandes diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação e Cultura, até a organização da instituição escolar – suas regras, normas e princípios – é inegável que a experiência mais intensa é aquela obtida no “front”, ou seja, diretamente das relações aluno-professor. É realmente na linha de frente que a guerra assume seus contornos mais dramáticos. Mas esta situação não é diferente da encontrada em organizações de outros segmentos – obviamente guardadas as devidas proporções. Júlio Lobos procura ilustrar esta dinâmica afirmando “Qualquer pessoa com vivência de fábrica sabe que, quanto a seu funcionamento, gerentes – e até mesmo diretores – não fazem muita diferença. Numa obra de construção civil acontece coisa parecida com os engenheiros responsáveis. Em todos esses casos, quem ‘toca’o negócio pra frente, na prática, são sempre os supervisores, mestres-de-obras ou líderes, ou seja, aqueles que comandam diretamente as equipes de trabalho. Eles podem decretar o sucesso (ou o fracasso) de uma campanha de contenção de despesas, impedir (ou facilitar) a deflagração de uma greve, esclarecer (ou deturpar) as informações que a direção da empresa deseja transmitir a todos os trabalhadores, etc.”(5 – p.41).














3. CONCLUSÃO
A verdadeira melhoria do ensino superior parece passar pela conscientização daqueles que fazem do ensino um sucesso ou um fracasso. A competência da interdisciplinariedade precisa ser desenvolvida e praticada e somente com a “cumplicidade” do aluno e do professor isto parece ser possível, pois ambos estão envolvidos no processo e o esforço de avançar neste sentido parece ser inócuo se não for conjunto.
A essência deste desafio, que é conciliar a necessidade de aprender melhor, estabelecer relações, fazer inferências e conquistar um conhecimento sólido e uma capacidade crítica, e, ao mesmo tempo, atender às diretrizes do ensino, precisa ser compreendida e compartilhada por professores e alunos, a tal ponto que ambos consigam buscar os caminhos que melhor atinjam estes objetivos. Foi assim, também, com as implantações da ISO-9000: cada empresa buscou caminhos diferentes – posto que todos os envolvidos também são diferentes, no que se refere a segmento empresarial, corpo funcional, etc. – mas, um detalhe foi comum a todos: A PERCEPÇÃO DE UMA RESPONSABILIDADE INTRANSFERÍVEL DE CADA UMA DAS PARTES. Quando as partes se conscientizam disto, o trabalho flui, superando obstáculos que pareciam intransponíveis.
Eugênio Musak afirma que “Vivemos em um país cuja educação tem recebido atenção só há muito pouco tempo e, ainda assim, carregada de alguns vícios que dificultam ações efetivas, eficientes, de qualidade.” (6).
Ora, é necessário – alunos e professores – apropriarem-se desta realidade, arregaçarem as mangas e...Comprometerem-se com o interdisciplinar... Talvez seja a receita para mudanças definitivas no ensino superior do Brasil.





4. REFERÊNCIAS
( 1 ) ASSMANN, Hugo. Sociedade aprendente e sensibilidade solidária. IN: Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. 2ª. Ed. São Paulo: Vozes, 1998.
( 2 ) RASCO, José Félix Ângelo. “Inovação, universidade e sociedade”. IN: CASTANHO, Sérgio e CASTANHO, Maria Eugênia L.M. (Orgs). O que há de novo na educação superior:do projeto pedagógico à prética transformadora. Campinas,SP: Papirus, 2000.
( 3 ) LUCARELLI, Elisa. “Um desafio institucional, inovação e formação pedagógica do docente universitário”. IN: CASTANHO, Sérgio e CASTANHO, Maria Eugênia L.M. (Orgs). O que há de novo na educação superior:do projeto pedagógico à prética transformadora. Campinas,SP: Papirus, 2000.
( 4 ) ROTHERY, Brian. ISO 9000. São Paulo: Makron Books,1993.p.13.
( 5 ) LOBOS, Júlio. Qualidade através das pessoas. São Paulo: J.Lobos, 1991.
( 6 ) MUSSAK, Eugenio. Metacompetência: uma nova visão do trabalho e da realização pessoal. 6ª. Ed. São Paulo: Editora Gente, 2003.p. 72.



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