Os Ásperos Tempo
(Jorge Amado)
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Os
Ásperos Tempos[1]
Jorge
Amado
O
romance se inicia no final de outubro de 1937, a alguns dias do
golpe dado pelo, então, Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, que instituiu o
Estado Novo, a terrível ditadura. O autor mostra dois pontos de vista
antagônicos. A riqueza e o poder da alta burguesia – grandes fazendeiros,
banqueiros e industriais – e os trabalhadores - militantes comunistas, com sua
força moral, e a pobreza do proletariado.
O
Presidente, na preparação do golpe, busca as alianças adequadas e facilitadoras,
o Integralismo que ajuda a neutralizar as forças alemãs, as altas patentes das
Forças Armadas e as classes conservadoras. Estas tiveram o movimento de
aproximação tradicional a quem está no poder. Dado o golpe, essas classes o
apóiam, mesmo quando da dissolução do Congresso, já que o grande inimigo comum,
o Comunismo, é combatido ferozmente pela repressão policial do ditador.
O
autor mostra os valores comungados pelas classes dominantes, explicitando-os
nos principais personagens da trama. O banqueiro Costa Vale, cuja intimidade
com o poder se baseia na ausência de escrúpulo ético, busca, na eficiência de
análises conjunturais, os aliados mais interessantes para o momento. O político
paulista, Artur Carneiro Macedo da Rocha, cujo capital é o nome tradicional da
família, teve, na juventude um romance com a esposa do banqueiro, Marieta,
porém a trocou por uma rica herdeira que o deixou viúvo como o filho Paulo.
Artur é o principal político comandado por Costa Vale. O latifundiário Venâncio
Florival demonstra, em altas doses, ignorância, prepotência, e horror ao
comunismo. Os trabalhadores de sua fazenda no Vale do Rio Salgado são tratados
como escravos. Quando Costa Vale implanta, na Região, uma empresa para explorar
seus recursos minerais, é ele que fornece apoio para expulsão dos sertanejos. A
industrial Comendadora da Torre propõe, sem qualquer discrição, o casamento do
nome tradicional de Paulo com a riqueza de sua herdeira. Marieta é a perfeita
representante das senhoras da alta sociedade: um rico e confortável casamento,
com viagens a Europa, saraus e outras distrações para afastar o tédio. Tudo faz
para se tornar amante do filho de seu antigo noivo, Paulo, de quem diz ter sido
a mãe de criação.
Do
outro lado, estão os valores colocados nos personagens representantes dos
trabalhadores. O velho Orestes, italiano, antigo anarquista, e o jovem Jofre
morrem defendendo uma gráfica clandestina que eles destroem com bombas caseiras
quando da invasão pela polícia. Os jovens dirigentes comunistas, João e Ruivo,
encarnam a luta ideológica. Ruivo é tuberculoso e, sem condições de se tratar, agüenta
estoicamente as dificuldades da vida
militante clandestina. João se apaixona por Mariana, estafeta da direção
regional do Partido Comunista. Seus valores são romanticamente colocados no
relacionamento desses jovens: o amor, o respeito, a admiração entre eles e a disciplina
e dedicação ao Partido.
Esta
trama se passa em São Paulo
e Rio de Janeiro, mas, no Interior, no Vale do Rio Salgado, região rica em manganês,
está o mitológico Gonçalão, comunista baiano, procurado pela repressão, que fazia
seu trabalho político, preparando a batalha contra a invasão do Vale.
Ao
lado das estórias de seus personagens, o autor conta a história de Hitler na
Alemanha, de Franco na Espanha e a ideologia do internacionalismo operário que envia
comunistas brasileiros para lutar ao lado dos espanhóis.
[1] O romance “Os Ásperos Tempos” forma, em conjunto com
“Agonia da Noite” e “A Luz no Túnel”, uma trilogia, cujo título geral é “Os
Subterrâneos da Liberdade”. Este resumo se baseou na edição da editora Record
(RJ/Br) de 1982 (35ª brasileira). A trilogia foi traduzida em alemão.búlgaro,
chinês, espanhol, grego, polonês, romeno, russo, sloveno, sueco e tcheco.
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