emprestimos em conta corrente
(ana)
É um serviço denominado linha de crédito ou adiantamento em conta corrente. Trata-se de um compromisso pelo qual o banco comercial concede à empresa um crédito em uma conta corrente que pode ser movimentada à vista.
Neste caso, os recursos são obtidos pela empresa na medida das suas necessidades, isto é, após a promessa e disponibilidade de saldo na conta bancária, a empresa fará uso dos recursos sempre que precisar efetuar os seus diversos tipos de pagamentos.
Não é, portanto, uma operação como a do desconto de duplicatas, na qual os recursos são entregues integralmente à empresa após a avaliação e aceitação dos títulos e o desconto cabível, obviamente.
Neste tipo de conta, a empresa também pode efetuar depósitos, o que lhe permite reduzir a dívida. Os juros fixados não incidem sobre o valor máxima colocado à disposição da empresa, mas são calculados sobre o movimento diário, segundo a apuração dos saldos devedores.
O banco comercial geralmente exige como garantia:
Ø Saldo médio;
Ø Taxa de juros;
Ø Entrega em caução de títulos para garantir a devolução do valor do principal na data de vencimento da operação.
3.1.3 – Crédito Direto ao Consumidor
Este tipo de operação de financiamento não é, no sentido preciso da expressão, uma fonte de recursos para as empresas, e sim para os compradores finais dos seus produtos.
Entretanto, ao facilitar ao comprador do produto a aquisição de um bem durável (eletrodomésticos e automóveis, em geral), o mercado financeiro indiretamente financia e contribui para a sustentação de maior volume e vendas por parte das empresas produtoras e comercializadoras desses bens.
Neste tipo de operação o comprador do produto assina um contrato de financiamento com uma sociedade de crédito, financiamento e investimento, também chamada “Financeira”, que entrega o valor da compra à empresa vendedora, com a alienação fiduciária do produto à “financeira” até o pagamento da última prestação do financiamento pelo comprador.
As limitações de taxas de juros são bens menores do que as vigentes para as operações dos bancos comerciais, estando estimados os custos mensais efetivos em torno de 3%, no caso de automóveis usados.
A concentração das “financeiras” nesta linha de atuação por exigência governamental, afastando-se do financiamento direto de capital de giro das empresas, foi credita, por Werner Baer[1], como responsável por parte da recuperação da economia brasileira a partir de 1967, pois as facilidades oferecidas para a aquisição de bens de consumo durável teve o efeito de estimular as vendas de produtos tais como eletrodomésticos e automóveis, promovendo o crescimento rápido de setores de amplos efeitos multiplicadores sobre a atividade econômica do país, como o automobilístico, por exemplo.
3.1.4 – Crédito Mercantil
Enquanto as três modalidades de financiamento a CP mencionadas são efetuadas por intermediários financeiros (como os bancos comerciais e as financeiras), o crédito mercantil é uma fonte espontânea de recursos financeiros proporcionada pelos fatores de produção que a empresa utiliza sem o pagamento instantâneo.
No caso da mão-de-obra, os salários são pagos quinzenal ou mensalmente, alguns dias após o final do mês. Porém, no caso de compras de mercadorias ou matérias-primas com os fornecedores é que esta fonte mais se destaca.
A empresa pode conseguir prazos para o pagamento de compras de mercadorias ou materiais diretamente dos seus fornecedores. Portanto, é possível que esses itens entrem na empresa, sejam elaborados e transformados, passem para o estoque e sejam vendidos, dando lugar a recebimentos, antes do pagamento devido por sua compra ou pelo menos mais próximo dessa data. Essa modalidade, quanto maior for o prazo de pagamento em termos relativos à distancia entre o início e o fim dociclo de operações da empresa, permitirá reduzir proporcionalmente as exigências de capital de giro da empresa.
Por exemplo, se essa fonte não existisse ou fosse significativamente reduzida de uma data para outra, a empresa ver-se-ia forçada a manter saldos de caixa muito superiores para cobrir a defasagem entre os pagamentos e os recebimentos, refletida no seu ciclo normal de operações. Um saldo superior de caixa significaria a transferência de recursos de aplicações rentáveis para as contas de menos rentabilidade nas atividades da empresa.
A esta operação de financiamento para a empresa geralmente está associado um desconto, como estímulo dado pelo fornecedor para um pagamento praticamente a vista. É esse desconto oferecido para o pagamento a vista que deve ser considerado como o custo do crédito mercantil.
Como exemplo pode citar-se o caso de uma compra onde as condições sejam as seguintes:
Valor Compra: R$ 10.000,00
Pagamento à vista: 10.000,00 – 5% de desconto = 9.500,00
Pagamento em 30 dias: 10.000,00 (Valor integral)
Nesses caso, para a empresa financiada há duas escolhas racionais: pagar a vista ou no 30º dia após a emissão da fatura. Se não pagar a vista, perderá o desconto de 5%, e estará utilizando os fundos por 30 dias a um custo de 5%. Como há 360/30=12 períodos de 30 dias num ano (período mensal), isso equivale a um custo de 60% ao ano.
É em função dessa taxa que a empresa deve decidir-se pelo aproveitamento ou não do desconto. Se o custo do dinheiro junto as instituições financeiras estiver em torno de 70% ou 80% ao ano, é evidente que a empresa deve desistir do desconto, principalmente se isso contribuir para reduzir as suas necessidades de financiamento junto às fontes institucionais, e aproveitar o crédito mercantil em maior escala.
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