O Vôo da Guará Vermelha
(Valéria Rezende)
O Voo da Guará Vermelha traz como personagens centrais Rosálio e Irene. Rosálio é pedreiro, Irene é prostituta. Os dois se encontram quase que por acaso e o que se impõe a parir daí é a beleza como celebram a vida porque o fazem de forma terna, simples e profunda. Rosálio, carrega nas mãos alguns livros, que o acompanham em suas andanças. Rodou o mundo, impulsionado pelo desejo de aprender a ler, a ler os livros que trazia nas mãos. Buscou errante onde parecia óbvio, deu voltas e voltas até que encontrou Irene. Irene viveu no passado, uma história de amor e tragédia. Do amor que prende, que mata que deixa saudade e culpa. Da espera do jovem que promete ir buscá-la. Embaixo de seu colchão de trabalho guarda um caderno em branco e um lápis a espera das palavras que contariam as histórias trazidas por Rosálio. Com Irene, Rosálio aprende a ler da forma mais bela e digna que é aprender ensinando, receber, dando. O livro mostra a imensa capacidade do espírito de extrapolar o mundo físico, ainda que o cenário se descortine em uma realidade material que nega o voo. Irene vive finalmente o tão sonhado amor nos braços de Rosalvo e parte suavemente nas asas de um passarinho. Rosálio ao buscar a palavra, busca a sua consciência e ao encontrar as letras com as quais pode ler o seu nome, sai do estado de cinza/inconsciência para a luz que se descortina num arco-íris de cores da consciência. Rosalvo, o contador de histórias, com o seu instrumento de trabalho e vida eterniza a si mesmo assim como o faz a sultana de Mil e Uma Noites.
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