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a normalista
(adolfo caminha)

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Resumo do Romance A Normalista de Adolfo Caminha


Por Ronaldo Duran*


O autor segue a tendência dos romancistas naturalistas e promove uma brilhante análise da vida cearense, com seus preconceitos, falácias, fofocas, sem deixar de retratar as transformações de âmbito cultural e urbanístico que compreende a vida social cearense.
O romance centra-se na vida sofrida de Maria da Mata. Logo de início, o retrato de retirantes miseráveis caracteriza seus pais, expulsos de sua terra por falta de condições de prover o sustento de si e de sua filha. Tendo a ilusão de empregar-se em lugar mais rico de oportunidades, os pais migram, mas acham bom deixar a filha com João da Mata e a esposa, crendo que estes lhe darão abrigo até que se recomponham financeiramente.
A mãe de Maria falece durante a viagem e o pai segue o mesmo destino, pouco tempo depois. A esquelética criança torna-se uma bela moça. Para sua infelicidade, acaba atraindo os instintos imorais de João da Mata. Este, logo que ela completa 15 anos, passa a persegui-la, tendo como único objetivo tentar seduzir e lhe tirar a virgindade.
Apesar de vários críticos terem detectado a ingenuidade de Maria somada ao despudor do João como fatores que determinaram a trágica sedução, eu considero outra variável igualmente esclarecedora. Trata-se da dependência financeira da menina, órfã, destituída da acolhida da lei em relação à sua condição peculiar de desenvolvimento. O preconceito da época também reforça esta opinião. A mulher de João da Mata vê a menina como uma concorrente e não como uma jovem que teme ser despejada e sofrer a miséria que enfrentou quando criança. Maria queria ser professora, casar e ter filhos. Entretanto, cede às investidas do padrasto para se livrar do despejo.
No fundo, Maria é vitima. Tinha o sonho de o namorado a pedir em casamento e ter um lar. Por infelicidade engravidou do João e sua vida se complicou. À sua carga pesada somou a de mãe solteira, que seria um dos piores da época.
O determinismo natural que caracteriza escritores como Adolfo Caminha mostra de forma ousada para a época, que tanto a mulher como o homem tem instintos sexuais, os quais por vezes são contrários aos preceitos morais. Maria da Mata, com toda sua sexualidade emergindo, poderia ceder às investidas do João, como acabou fazendo. Mas no caso dela, a situação foi mais coercitiva do que de busca do prazer.
A história da Normalista, embora possa excitar pedófilos de plantão, retrata uma crueldade ímpar, aquela que faz com que a pessoa se entregue para garantir um pão e teto.

*Escritor, trabalha na EFCP da Fundação Casa –SP www.ronaldoduran.com e-mail:
[email protected]



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