Jovens por mais tempo
(Roberta Viganó (Artigo extraído de Veja))
Até 2050, a expectativa de vida dos brasileiros, hoje de 71,7 anos, deve, conforme o IBGE, aumentar em uma década – alcançando um índice semelhante ao dos japoneses (que, por sua vez, terão atingido uma expectativa de 85 anos). No passado, a curva ascendente da longevidade devia-se sobretudo a progressos básicos, como o acesso universal a vacinas ou à água tratada. A ascensão dos próximos anos será produzida por um fenômeno muito mais complexo – o progresso da medicina em novos campos, como o da prevenção de doenças pela análise do DNA, cirurgias até agora tecnicamente impossíveis e pesquisas que determinarão com precisão o papel da má alimentação no surgimento de determinadas doenças. O papy boom, nome dado ao choque demográfico que o envelhecimento da população provocará nos próximos anos (numa contraposição ao baby boom pós-II Guerra Mundial), terá um impacto ainda não equacionado na economia, afetando o futuro dos sistemas de aposentadoria. Se é difícil prever como a sociedade sustentará os aposentados de 2050, é bem mais fácil concluir sobre a situação de saúde que eles terão: estarão em condições físicas bem melhores que os das gerações anteriores. Festejar o centésimo aniversário, privilégio atualmente de apenas 0,01% da população brasileira, será regalia para uma parcela bem maior em 2050. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, o número de centenários no mundo chegará a 2,2 milhões, quinze vezes mais do que o registrado atualmente. O Brasil deve alcançar a nona posição nesse ranking. Se no processo do envelhecimento cerca de 70% das interferências estão relacionadas a fatores ambientais e 30% aos genes, segundo o médico Emílio Antônio Jeckel Neto, especializado em biologia do envelhecimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, as descobertas recentes não invalidam a importância dos conhecimentos já estabelecidos sobre o estilo de vida para quem deseja retardar o processo de envelhecimento e prevenir câncer e doenças cardíacas: atividades físicas regulares e moderadas; hábitos saudáveis como não fumar; e, sobretudo, uma alimentação balanceada e – literalmente – colorida.Todos esses cuidados não dispensam a prevenção com exames e consultas. "Não basta saber o que causa doenças. Deve-se procurar não estar doente. As pessoas às vezes acham que são imunes, inclusive os médicos", diz o professor Jarbas Dinkhuysen, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Avaliações do coração, por exemplo, são indispensáveis a partir dos 40 anos, e até antes, se houver histórico familiar. O mesmo se aplica a várias outras doenças.(Artigo extraído de Veja - Roberta Viganó)
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