Pensar estrategicamente
(PINTO; Luiz Fernando da Silva. Pensar estrategicamente. Conjuntura econômica; Rio de Janeiro; v. 56;)
Pensar estrategicamente
Com a queda do muro de Berlim (1989), surge em ritmo extraordinário uma nova era, batizada de era da produtividade, em substituição à era da experiência, resultado da interação da produtividade com uma velocidade quase inacreditável, combinando conhecimentos de vários universos com rapidez digital. Inúmeras conquistas surgem, multiplicando-se resultados que são velozmente disponibilizados para utilização pela sociedade. Assim, a globalização pode ser caracterizada como um processo radical de mudanças rapidíssimas e irreversíveis nos planos econômico, financeiro, político, institucional e cultural. Nesses cenários, a globalização vem acarretando mudanças extraordinárias no processo de gestão, desde a forma de agir até fusões, cisões e incorporações. O Processo Estratégico vem expandindo a sua importância após a queda do muro de Berlim, transformando-se em principal instrumento de acompanhamento das mudanças nos universos econômico, financeiro e, até mesmo, social. Quem não detiver competência estratégica, com certeza pagará um preço altíssimo! Um processo estrategicamente rico baseia-se em dois pilares fundamentais: pensar estrategicamente e agir estrategicamente. O pensar estrategicamente liga-se à questão da maturidade estratégica e o agir estrategicamente vincula-se ao domínio e à realização de providências táticas e trabalhos de planejamento estratégico. Esse é, em síntese, o desafio das pequenas, médias e grandes empresas – além de regiões, setores etc.: a busca da competência estratégica. É o desafio de todos! Até mesmo de famílias e pessoas. O desafio estratégico de nossa época é fazer com que empresas, corporações e instituições pensem e ajam estrategicamente como um todo. Não se trata mais de realizar planejamento estratégico unicamente no vértice das organizações. O grande desafio é fazer com que a consciência estratégica atinja toda a organização. Gary Hamel, um dos maiores gurus da atualidade em estratégia, vem sublinhando que a participação da gerência-média no processo estratégico é essencial e vital para a gestão integrada das corporações. Provavelmente, as mobilizações corporativas se basearão na utilização de comitês não só horizontais como também verticais – no exemplo do workout de Jack Welch, instrumento que desempenha dois papéis principais: no primeiro, a mobilização de pessoas em cortes verticais da organização e, no segundo, os comitês dos cortes verticais se transformam em mesas de ação estratégica, direcionando os seus resultados para o vértice da pirâmide. Lá serão priorizados e transformados em ações estratégicas, sendo, a seguir, processados taticamente para a busca de seus alvos respectivos, em regime de atento monitoramento. O grande desafio do processo estratégico no Brasil é provocar uma nova mentalidade nas estruturas empresariais e institucionais, fazendo com que as mesmas respirem e percebam estrategicamente o mundo. Estimamos que pelo menos cerca de vinte mil organizações públicas e privadas brasileiras vão precisar expandir cada vez mais as suas competências estratégicas, capacitando-se cada vez mais para o processo de globalização. Essa mudança de mentalidade só será viável com o apoio decidido das áreas de Recursos Humanos (RH), por meio de cursos, palestras, seminários e desenvolvimento de projetos especiais. É pouco provável que uma revolução estratégica possa ser efetuada em nosso país sem o apoio das áreas de RH. Admitindo-se que pelo menos vinte pessoas tenham de ser preparadas por organização para pensar e agir estrategicamente, numa primeira fase, teríamos uma população-alvo de quatrocentas mil pessoas a serem treinadas. Sem dúvida nenhuma, esse será um dos maiores desafios da nossa inteligência empresarial e institucional. Se isso não ocorrer, teremos dificuldades em ser competitivos e em acompanhar o curso dessa Nova Era de encadeamentos de produtividade: a eridade.
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