Falcão - Meninos do Tráfico - Discussão sobre Identidade
(Gabriel Arruda Burani)
No documentario o processo de formação da identidade
dos Meninos e meninas da favela pode ser visto
a medida que os capitulos do documentario são aprensetados. A identidade
se dá não só no campo particular, mas na relação entre o individuo e o mundo a
sua volta... os meninos da comunidade em que estão inseridos se veem em meio a
situações reais que suas brincadeiras
costumam imitar. Aqueles meninos que assistencializam os bandidos, encontram
neles uma imagem positiva, fazendo-lhes favores e os admirando... portar uma
arma, lhes garante poder, respeito e sedução. Almejar uma arma para si, ou
mesmo uma “motinha” é se igualar ou ao menos chegar perto do fascinio que os
bandidos causam na comunidade em que vivem.A complexidade do processo da formação da identidade
se dá na relação das diferenças e semelhancas (pequenas ou grandes) entre a
interação da totalidade em constante transformação. Muitas vezes o caminho do
crime se dá pelo fato familiar: uma mãe desamparada, os meninos encotnram no
crime um modo de trazer a ela uma “vida melhor”. Em geral o pai era ausente ou
mesmo havia morrido.. segundo relatos, grande parte dos meninos tem grande
revolta com a figura paterna. Posteriormente, quando têm sua familia, tornam-se
os mesmos pais ausentes para seus filhos que antes se diferenciavam e se
revoltavam contra.
Estas crianças e adolescentes acreditam que não vivem
na sociedade – a sociedade fora da sua
comunidade, que os considera um “nada” – contudo na favela, encontram a
possibilidade de um vir a ser, no caso, com a marginalidade. É inserçao
dos meninos nesta a realidade. A comunidade e os falcoes vivem em uma situação
de cumplicidade: de alguma forma ambos campos se ajudam e coexistem entre sí. O
tráfico conta não só com a comunidade em que vivem para existir, mas pelas
forças externas, como os jovens salientam no decorrer do documentario. A
policia e os bandidos formam um a segunda relaçãode cumplicidade: a policia
aceitando a propina, mantendo o trafico atuante. O “policia” não é amigo, mas
garante sua sobrevivencia.
O único desfeixo e a única certeza são a morte.
Conhecidos, pais e amigos morrem todos os dias. Sobrevivencia é a palavra que
une a todos: aqueles que preparam a droga; aquele que rouba; aquele que mata.
Alguns tentam diferenciar seu trabalho do dos bandidos: não traficam, não
portam armas. Sobrevida e a Morte estão ligados e claramente delineados no
cotidiano destes meninos.
“- Nenhum bandido se arrepende.” – foram as palavras
de um cidadão. Este homem ficou paraplégico, foi preso e depois de um encontro
com um policial, que lhe “abriu os olhos” mostrando-lhe que ele era ínutil na
sociedade do tráfico, encontrou forças para mudar de vida, deixando otrafico e
começando a vender balas nos semáforos da cidade. Ao contrario dele, outros
jovens cheios de sonhos não encontram forças para saír do mundo do crime. É a
desesperança. Sabem que seu destino é apenas um tripé: a cadeia, a morte, e a
cadeira de rodas, como é o caso do cidadão citado. O crime é uma falsa
liberdade, nele entra quem quer, mas o desfeixo, para eles, é a morte.
MV Bill fala sobre um Brasil dividido em dois. Existe
aquele Brasil que estes meninos se identifica e se relaciona, e aquele que
simplismente os esquece.
Resumos Relacionados
- Notícias De Uma Guerra Particular
- Falcão: Meninos Do Tráfico
- "capitães De Areia"
- Uma Tragedia Brasileira
- O Senhor Das Moscas
|
|