Eles Eram Muitos Cavalos
(Luiz Ruffato)
Eles eram muitos cavalos – Luiz Ruffato
Luiz Ruffato, um mineiro radicado em São Paulo, situa a capital paulista como personagem central de “Eles eram muitos cavalos”, um livro que desafia qualquer tentativa de classificação de gênero literário. Romance? Conto? Crônicas? Obra múltipla, fragmentada, polifônica, exibindo setenta estilhaços de narrativas, cacos de poemas, explosões dramáticas de vidas reprimidas e oprimidas. No caos da estruturação da obra, o leitor há de perceber o que é viver numa sociedade de individualistas, opressora e excludente. Ironicamente classificado pelo autor como um romance, toma a cidade como principal personagem da história. Sua estruturação em fragmentos remete ao próprio caos da urbe. Composta pó histórias alheias, representando o cotidiano da cidade de São Paulo, a obra constrói-se por uma formatação atípica, pois se abre com a demarcação do local, da data, com a apresentação de dados sobre a temperatura, bem como um estudo de Santa Catarina de Bolonha. Logo a seguir, seguem-se textos não-lineares que se parecem com contos/crônicas e entre eles, outros textos deslocados, como anúncios de jornal, transcrições de recados de secretárias eletrônicas, cardápio de um restaurante, etc. Esses elementos corroboraram o fazer literário, na medida em que se percebe que eles foram coletados por um olhar que, de certa forma, questiona o multifacetado espaço da cidade. A linguagem, marcada pela oralidade, remete à simplicidade das personagens e de suas histórias.
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