neurose
(josé olimpio editora rio; 1966)
NEUROSEUma das características de nosso século parece ser o auemnto prodigioso que tem experimentado em seu decurso as pessoas que "sofrem dos nervos" e a quem tecnicamente chamamos de "neuróticas. Ser neurótica signiica, pois, viver de talmaneira que a todos os problemas existenciais agrega-se o de um padecimento provocado por um desequilíbrio ou desarmonia funcional do sistema nervoso, ao qual compete asegurar a unidade e a síntese pesoal, ao mesmo tempo que proporcionar os recursos necessários para manteruma capacidade normal de adaptação individual as variações do meio ambiente. Muitas são as pessoas que conundem o neurótico com o "desequilibrado", isto é, com o sujeito que está desconcentrado no seu modo de pensar e sofre de manias; não há dúvida de que há neuróticos desequilibrados, como existem também desequilibrados neuróticos, mas o ato de quem sofre de dor de cabeça também possa sorer de calos nos pés não autoriza a conundir esses dois males. Em geral, as pessoas a quem o vulgo chama desequilibradas- são as que os médicos especialistas denominam psicopatas ou melhor, psicóticas e representam diversos tipos e graus de alterações mentais crônicas, muitas vezes compatíveis com a vida social. ao julgar pela venda de remédios toniicantes, calmantes, reguladores, etc do sistema nervoso, podemos inferir que, principalmente nas grandes cidades do chamado mundo livre- que são as únicas das quais possuímos até agora dados estatísticos oiciais sobre este assunto, o número de neuróticos é realmente alarmante. assim, por exemplo, em Nova Iorque, calcula-se que uma de cada dez pessoas pode ser incluída nessa classiicação, sendo uma em seis transitroriamente tributária da farmacopéia acima citada. Consequentemente, o número de médicos e serviços destinados ao tratamento dos diversos tipos de neurose - melhor seria escrever: dos diversos modos de existir neuroticamene - tem aumentado nas últimas duas décadas naquela cidade. e do mesmo modo que tem aumentado as discussões, as teorias, os métodos e os meios com que se procura compreeender e atacar tão alarmante fenômeno. Os motivos dessa endemia neurótica seriam os atos de notável importância: em primeiro lugar, já se pode adiantar que muitos dos transtornos considerados durante o século passado como alterações dos diversos õrgâos corporais, são atualmente atribuídos ao desequilíbrio do ssitema nervoso, o que i8mplica não tanto um auemnto do número diagnósticados como tais. assim, uma grande parte da clientela que no início desse século enchia os consultórios dos grandes clínicos e especialistas do aparelho digestivo, circulatório, endócrino, etc. dirige-se hoje aos consultórios dos neurologistas, psiquiatras, psicanalistas em geral, dos psicoterapeutas. Em segundo lugar é preciso reconhecer que efetivamente o cidadão de qualquer capital durante o século passado levava uma vida muitíssimo mais simples e tranquila do que a que se leva atualemnte. O progresso técnico tem acelerado e comprimido nossas reações de tal modo que no decorrer de um dia nossa mente vê-se obrigada a enrentar um verdadeiro bombardeio de estímulos e elaborar ante eles as rspostas correspondentes. Não é exagerado airmar-se que qualquer indivíduo que atravessa uma zona urbana, vê-se obrigado a pôr em marcha dez vezes mais relexos dque há meio século.
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